Companhia João Garcia Miguel estreia "Skies", segunda peça do ciclo "As bacantes"

Lisboa, 02 nov (Lusa) -- A companhia João Garcia Miguel estreia hoje, no Teatro Ibérico, em Lisboa, a peça "Skies", a segunda parte do ciclo "As bacantes", numa interpretação da bailarina italiana Lara Guidetti.

Lusa /

O espetáculo explora a tragédia clássica de Eurípides, reinterpretando-a numa expressão e linguagem próprias da companhia, cujo processo criativo se baseou no "poder incendiário do corpo e nos seus ilimitados poderes de transpor o espaço e acionar fogueiras", de modo a "tornar o corpo texto e dá-lo a ler a outros corpos".

Para a protagonista da `performance`, que também assina a coreografia, João Garcia Miguel criou um solo sobre a morte e o renascimento da deusa que mora em cada ser vivo, dando ainda a conhecer uma abordagem às bacantes sob o ponto de vista de quem dança.

"A deusa que pode inspirar, libertar e despertar nos homens e nas mulheres, aqui move-se e manifesta-se entre quatro paisagens: mulher, água, pássaro e céu", acrescenta a companhia, numa nota à imprensa, de apresentação do espetáculo.

A peça tem coreografia da bailarina, música de Sara Ribeiro e figurinos de Lidija Kolovrat, e vai estar em cena até 05 de novembro, sempre às 21:30.

"Skies" tem coprodução da Sanpapié, dos centros culturais Vila Flor (Guimarães) e de Ílhavo, do Teatro-Cine Torres Vedras e da autarquia local, do Teatro Eduardo Brazola, do Teatro Oficina Guimarães e de Rui Viola Produções.

A Companhia João Garcia Miguel, direcionada para a criação artística contemporânea, foi fundada em 2003. Entre as distinções que obteve conta-se o Prémio Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) para o Melhor Espetáculo de Teatro, em 2014, com a peça "Yerma".

O primeiro trabalho do ciclo "As bacantes" intitulou-se "Leões", com música e interpretação de Sara Ribeiro, em que João Garcia Miguel construiu um espetáculo "como um falso diário de um leão morto".

"Território para um canto, `Leões`" é, nas palavras de João Garcia Miguel, "um texto para ser dito, cantado e sentido", no qual a magia da mulher "consegue transformar as palavras em pétalas e em feridas que sobressaltam o corpo e deixam o coração a bater forte".

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