Cultura promete conclusões sobre exibição de cinema em sala para 1.º trimestre de 2026

O grupo de trabalho criado para refletir sobre a exibição de cinema e o fecho de salas no país deverá ter conclusões no primeiro trimestre de 2026, disse hoje à Lusa a ministra da Cultura, Margarida Balseiro Lopes.

Lusa /

Segundo a ministra, o grupo de trabalho, que integra a Inspeção-Geral das Atividades Culturais (IGAC) e o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), vai "olhar para o histórico dos últimos três anos" sobre pedidos de desafetação de atividade nos cinemas portugueses.

"No primeiro trimestre de 2026 teremos novidades. Vamos tentar tirar partido das conclusões do grupo de trabalho", disse, sublinhando que o objetivo é refletir "a médio e longo prazo".

Em setembro, a agência Lusa noticiou que este ano foram feitos vários pedidos de desafetação de atividade cinematográfica e houve encerramentos de salas de cinema, a maioria a operarem em centros comerciais sob gestão da Sonae Sierra em várias localidades.

A título de exemplo, o Arrábida Shopping, em Vila Nova de Gaia, o maior complexo de cinema do país, explorado pela exibidora UCI, foi autorizado a desafetar a atividade cinematográfica em nove das 20 salas, por questões de "viabilidade económica".

Também foram feitos pedidos de desafetação das quatro salas do Estação Viana Shopping, em Viana do Castelo, e de seis das 12 salas dos Cinemas Cineplace Braga, estando nos dois casos ainda em funcionamento.

A NOS Cinemas, a maior exibidora do país, encerrou a exploração de cinco salas no MaiaShopping (Porto), cinco salas no Tavira Grand Plaza (Faro) e seis salas no Fórum Viseu.

Em outubro, o jornal Público noticiou que a exibidora Cineplace encerrou salas no Algarve Shopping, na Guia (Faro), no Madeira Shopping, no Funchal, e no Rio Sul Shopping, no Seixal (Setúbal).

No Algarve, a imprensa local noticiou, em novembro, o encerramento da exibição de cinema em Portimão, nas salas exploradas pela Cineplace.

Em novembro, a ministra da Cultura anunciava no Parlamento a criação de um grupo de trabalho, tendo em conta "o crescimento, este ano, do pedido de desafetação de salas".

No início de dezembro, fonte do ICA disse à Lusa que esse grupo de trabalho estava a "recolher contributos junto de diferentes agentes do setor".

Em 2025, os dados mais recentes do ICA, contabilizados até novembro, indicam a existência de 565 salas, das quais 169 funcionam na região de Lisboa, 172 na região norte, 123 na região centro e as restantes dispersas pelo Alentejo (41), Algarve (34), Madeira (16) e Açores (10).

Faltando ainda dados do mês de dezembro, a exibição de cinema em 2025 somou 9,6 milhões de espetadores e 61,9 milhões de euros de receita de bilheteira. Em 2024, 11,8 milhões de espetadores viram cinema numa sala, totalizando 73,3 milhões de euros de receita.

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