Da Weasel lançam "Amor, escárnio e maldizer"

Trovadores urbanos, os portugueses Da Weasel cantam "Amor, Escárnio e Maldizer", o sexto álbum de originais que editam segunda-feira, com um elenco de convidados que reflecte o amadurecimento artístico da banda.

Agência LUSA /
Novo álbum DR

Três anos depois do sucesso de "Re-Definições", que levou os Da Weasel à quádrupla platina, "Amor, Escárnio e Maldizer" é um álbum de continuidade e ao mesmo tempo de amadurecimento, como explicou o baixista João Nobre em entrevista à agência Lusa.

No novo trabalho, os Da Weasel são como trovadores urbanos que falam de amor e escárnio: "O que estamos a fazer não é muito diferente do que os jograis faziam e o tema é muito actual".

Entre interlúdios e canções, o alinhamento sugere vários géneros musicais, da bossa-nova de "Toque-Toque" ao hip hop mais pesado de "Sistema do Sistema", à medida que passam do Amor para o Escárnio e daqui para o Maldizer.

Essa evolução sonora é adensada pelos artistas que os Da Weasel convocaram para o novo álbum, uma experiência que só foi possível, segundo João Nobre, graças ao amadurecimento da banda, formada em 1993.

"Era a altura certa para o fazer, porque estamos mais velhos, mais profissionais e com mais experiência", sublinhou o baixista.

Convidaram, por exemplo, o pianista Bernardo Sassetti para o tema intimista "A palavra", os Gato Fedorento para um interlúdio humorado e o maestro Rui Massena, com quem já tinham trabalhado anteriormente, que fez arranjos orquestrais para três temas.

O músico jamaico-americano Atiba partilha com a banda o tema "International Luv" e o escritor José Luís Peixoto escreveu para "Negócios Estrangeiros".

A presença mais internacional será a da Orquestra Sinfónica de Praga, com a qual os Da Weasel gravaram três temas na República Checa.

Com orquestrações e arranjos de Rui Massena, os cerca de sessenta elementos da orquestra emprestaram às canções uma maior densidade dramática, por vezes até cinematográfica.

É o caso de "Negócios Estrangeiros", que João Nobre descreve como uma das mais fortes canções do álbum, pela junção "muito feliz" entre letra e música.

Todas estas colaborações são também o reflexo de um desafio que a banda colocou a si mesma: subir a fasquia depois do sucesso obtido com "Re-Definições".

O músico sublinha o ecletismo da banda, que se define para lá do hip hop: "Somos ecléticos e sempre bebemos no rock, no ragga, no pop".

Nos próximos meses, os Da Weasel vão pôr à prova, em concertos por todo o país, a consistência das novas canções, num alinhamento que contará com êxitos dos álbuns anteriores.

Até ao final do ano, em Lisboa estão previstas apenas duas actuações, em Maio no festival Creamfields e em Junho no festival Alive.

Há ainda a possibilidade de internacionalizar o álbum, tal como aconteceu com "Re-Definições" em países como Grécia, Espanha, Suíça e França.

Os Da Weasel, a mais consistente das bandas hip hop portuguesas, surgiram nos anos 1990.

Oriundos de Almada, são formados por João Nobre (Jay), Pac, Virgul, Pedro Quaresma, Guilherme Silva e DJ Glue.

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