Descobertos novos roubos na Biblioteca Nacional de Espanha

A Biblioteca Nacional de Espanha detectou folhas arrancadas de quatro exemplares de obras dos séculos XVI e XVII, um dia depois de ter sido anunciado o roubo de dois mapas-mundi de 1482 da edição "Cosmografia" de Ptolomeu.

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Segundo a instituição, a nova descoberta da falta de folhas destes exemplares verificou-se durante a "minuciosa e exaustiva revisão" que está a ser levada a cabo às obras consultadas na Sala Cervantes nos últimos anos, à qual só podem aceder investigadores documentados.

Na sequência da descoberta do roubo dos dois mapas-mundi gravados e ilustrados, que integravam um vasto conjunto de exemplares da edição do século XV de Ptolomeu intitulada "Cosmografia", a directora da entidade, Rosa Regás, 74 anos, demitiu-se.

Assim que foi feita a descoberta, a Biblioteca Nacional de Espanha procedeu ao isolamento dos volumes restantes para preservar os possíveis indícios do roubo, e comunicou o caso à polícia especializada em património histórico, que iniciou uma investigação para recuperar as páginas subtraídas.

Nos últimos trinta anos, a mesma Biblioteca foi alvo de outros roubos, nomeadamente em 1981, quando a polícia deteve em Cuenca uma pessoa que roubou mapas antigos, e em Maio de 1988 foram recuperados da residência de um bibliófilo 200 livros dos séculos XVI e XVIII entre os quais figuravam o "Malleus Maleficarum" do século XVI, o "Tractatus de Propotiorum Instrumento" de Galileu, de 1635, e "De Revolutionibus Orbium Colestium" de Copérnico, de 1566.

Um mês depois, a polícia recuperou outros 148 livros dos séculos XVI a XVIII, mais precisamente alguns tomos dos séculos XVI, XVII, e XVIII com obras de Galileu, Copérnico, Ptolomeu, Kepler, Brahe e Newton.

Em Fevereiro de 1995, a polícia recuperou também outros 300 livros gravados e estampados de grande valor.

Na terça-feira, quando anunciou a demissão, a directora da Biblioteca justificou que o fazia por já não ter a confiança do ministro da Cultura, César António Molina, porque este lhe disse numa reunião que "não tinha feito nada" durante os mais de três anos em que esteve à frente da instituição.

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