Diamanda Galás apresenta novo CD no Theatro Circo, em Braga

Porto, 17 Abr (Lusa) - A pianista e vocalista Diamanda Galás apresenta-se a 06 de Maio no Theatro Circo, em Braga, para dar a conhecer o seu novo CD, o décimo-sétimo da sua discografia, intitulado "Guilty, Guilty, Guilty", recentemente editado.

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Enigmática, exuberante, polémica e versátil, a artista norte-americana de origem grega, afirmou-se como uma das personagens mais interventoras e controversas da música de vanguarda, onde uma multiplicidade de estilos se funde, o jazz, o blues, o rock e a country music.

Diamanda Galás é dona de uma voz de enorme amplitude (abrange três oitavas e meia) e de intensidade excepcional, usando o grito como um dos seus mais frequentes recursos expressivos, a par com os lamentos e sussurros, de forma a transportar o ouvinte para universos de grande dramatismo e desespero.

Lado a lado com originais de trágicas canções de amor, este novo disco apresenta "uma compilação de emoções que flutuam entre a felicidade e o terror provocado pela morte do amor", Diamanda Galás dá ainda voz a inéditas versões de "O Death", de Ralph Stanley, "Long Black Veil", de Johnny Cash, "Time (Interlude)", de Timi Yuro, ou ainda "Heaven Have Mercy", de Edith Piaf.

Celebrizada pelo tom distintivo da sua voz e pelos exímios desempenhos enquanto pianista e "performer", Diamanda Galás distingue-se ainda pela intensidade e intimismo das suas actuações ao vivo, em que predominam trágicas composições desenvolvidas em torno de temas como o sofrimento, desespero, condenação, injustiça ou perda de dignidade.

O crítico Robert Conroy definiu-a como «uma das maiores cantoras jamais produzidas na América», Galás, frequentemente comparada à soprano grega Maria Callas.

Diamanda Galás apresentou-se pela primeira vez ao público em França, no Festival d`Avignon, como protagonista na ópera "Un Jour Comme Un Autre", de Glokobar.

Com uma formação precoce em "jazz" e música clássica, influências fortemente reveladas ao longo do seu percurso artístico, Diamanda Galás, que se dedicou ainda ao estudo de artes visuais, destacou-se pela primeira vez a nível internacional com a performance "Wild Women With Steak Knives" (1980) e com o álbum "The Litanies of Satan" (1982).

Em 1991, Galás volta a lançar a controvérsia com "Plague Mass", projecto gravado ao vivo na catedral de Saint John the Divine, em Nova Iorque, que chama a atenção, usando textos bíblicos, para a indiferença com que a Igreja Católica Romana e a sociedade em geral tratam as vítimas da SIDA.

Durante as duas últimas décadas, o vasto trabalho musical e performativo de Galás incluiu "The Singer" (1992), uma compilação de temas tradicionais de blues e gospel, "Vena Cana" (1993), "The Sporting Life", resultante de uma colaboração com John Paul Jones (baixista da banda "Led Zeppelin"), "Schrei 27" (1996), um solo radical sobre a tortura do isolamento, e "La Serpenta Canta" (2004), entre outros.

Galardoada em Itália com o prestigioso "Demétrio Stratos International Career Award", Diamanda Galás compôs ainda vários temas para bandas sonoras de filmes de Oliver Stone, Wes Craven, Clive Barker ou Francis Ford Coppola.

PF.

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