Diretor do Centro Cultural Vila Flor faz balanço de seis anos de atividade

Guimarães, 17 set (Lusa) - Os seis anos de existência do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), assinalados este fim-de-semana, possibilitaram um "salto assinalável" na dinâmica cultural vimaranense e "mudaram hábitos" mas, para o diretor do centro, José Bastos, "ainda tudo está por fazer".

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Inaugurado a 17 de setembro de 2005, com o objetivo de "dar forma e vida a mais de 15 anos de percurso cultural existente" em Guimarães, o CCFV recebeu já mais de 44 mil espectadores para um total de 2.652 apresentações artísticas, desde teatro, dança, exposições, música, entre outros.

Em entrevista à Agencia Lusa, o diretor do CCVF, José Bastos, sublinhou a importância do "espaço" para a vida cultural de Guimarães.

"A cidade já tinha grande actividade cultural mas sentia-se prisioneira pela impossibilidade física de ter outras ambições" afirmou, explicando que o CCFV "permitiu ir mais além, ter um olhar mais amplo" e "reforçar o trabalho que já vinha a ser feito colmatando fragilidades".

Com a direção entregue à cooperativa municipal Oficina, a "aposta" no projeto do CCVF reflete também "a capacidade do município de perceber a pertinência e o acerto da decisão política de apostar na cultura como estratégia de desenvolvimento da cidade".

José Bastos apontou como "linhas orientadoras do projeto, quatro princípios: contemporaneidade das propostas, qualidade artística das mesmas, diversidade e fidelização de novos públicos".

Segundo o responsável, "o facto de o público reconhecer estas marcas no nosso trabalho ao longo destes anos mostra que estes objetivos estão a ser cumpridos" e "até se está a conseguir ir além das expetativas".

José Bastos aponta a "mudança de hábitos" que o CCVF representa como "algo esperado, mas não tanto".

"Conseguimos perceber que há dinâmicas que se criam a partir do centro cultural".

Outro feito "enorme" é para o diretor que se tenha atingido um rácio de "58 por cento de público de fora de Guimarães".

Mas, garante José Bastos, "o sucesso não pode deslumbrar".

"Ainda está tudo por fazer. Não ficamos acomodados como o sucesso que obtivemos. Sabemos que o desafio que temos pela frente é muito superior a qualquer um que já tivemos", afirmou.

A aposta na "formação" é outra "trave mestra" da "filosofia" que preside o CCVF.

"Apontamos o serviço educativo como uma área estruturante do projeto cultural e, por isso, em todas as componentes formativas é marcante", apontando como exemplo desta aposta o facto de "entre as atividades do CCVF estarem incluídos mais de 270 workshops".

Como "senão" nestes seis anos, José Bastos apontou "uma cerca incapacidade de captar públicos das zonas limítrofes de Guimarães", explicada pela aposta numa programação contemporânea.

"Mas são apostas. E a nossa está a ter outros resultados realmente fantásticos".

Para marcar o sexto aniversário, o CCVF vai receber dois concertos dos Clã, às 17 e as 21 horas de sábado.

JYCR

Lusa/Fim.

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