Para celebrar a efeméride, a Penguin vai reeditar 70 livros de autores como Jamie Oliver, Marian Keys, Homero, H.G.Wells ou Gustave Flaubert.

Fundada em Londres em 1935 por Allen Lane - cuja biografia foi lançada recentemente no Reino Unido - a editora tem por emblema um pinguim.

Segundo o biógrafo Jeremy Lewis, Allen Lane foi o primeiro editor de livros de bolso e o primeiro a oferecer qualidade e elegância tipográfica neste formato destinado a quem viajava de comboio ou de metro todos os dias.

Entre outras inovações relacionadas com a publicação de livros de bolso, Allen Lane inventou uma máquina, semelhante às dispositivos de venda de chocolates e sumos, que colocou nas estações ferroviárias para que as pessoas pudessem adquirir livros antes das viagens.

Nascido em Bristol, Inglaterra, em 1902, Allen Lane estudou apenas até aos 16 anos e nunca havia mostrado interesse por livros até começar a trabalhar para a editora do seu primo Bodley Head.

O editor lançou títulos de autores como Ernest Hemingway, Agatha Christie ou André Maurois, e mais tarde publicaria os seus próprios originais, os "Penguins Specials".

Muitos eram encomendados a especialistas e estavam relacionados com a actualidade do momento, como a Guerra Civil espanhola ou a perseguição nazi aos judeus.

Vinte e cinco anos após ter fundado a Penguin, em 1960, Allen Lane publicou uma versão completa do romance erótico "O Amante de Lady Chatterley", escrita em 1928 por D.H.Lawrence.

"O Amante de Lady Chatterley" foi perseguido pela justiça britânica, que considerava o livro obsceno.

Lane ganhou o processo - julgado no tribunal londrino de Old Bailey - e tornou-se milionário depois de terem sido vendidos três milhões de exemplares do romance.

O editor lançou depois a revista literária Penguin News Writing, a colecção de Pintores Modernos, com reproduções a cores, e a dos clássicos, iniciada com uma tradução de "Odisseia", de Homero.