Escritora Carla Pais vence prémio LeYa 2025

A vencedora do Prémio LeYa 2025 é Carla Pais, com a obra "A sombra das árvores no inverno". O júri sublinhou a grande elegância da escrita.

RTP /
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No anúncio da obra vencedora, o presidente do júri, Manuel Alegre, destacou a elegância da escrita, referindo que a autora "traz, ao curso do enredo e ao trajeto íntimo e social das personagens, situações problemáticas e convulsas de candente atualidade na Europa, sobretudo decorrentes da imigração oriunda de África e Próximo Oriente". Nascida em 1979, Carla Pais, que reside em Paris, já tem outros romances publicados, o último dos quais, "Um cão deitado à fossa", recebeu o prémio Cidade de Almada 2018 e o Prémio SPA, para o melhor livro de ficção narrativa 2023.
Em declarações à RTP, a escritora portuguesa disse estar “em estado choque e sem palavras” e explicou como nasceu a sua obra premiada. 
O Prémio LeYa tem por objetivo incentivar a produção de obras originais de escritores de língua portuguesa e destina-se a galardoar uma obra inédita de ficção literária na área do romance que não tenha sido apresentada em nenhum outro concurso.

As candidaturas foram provenientes de 15 países, mais sete do que na edição anterior. O Brasil liderou as candidaturas com 933 originais, seguido de Portugal (416), sendo de Moçambique o terceiro maior número de concorrentes, com 31 originais apresentados. Abaixo das 30 candidaturas seguiram-se Angola, Alemanha, Cabo Verde, França, Bélgica, Espanha e S. Tomé e Príncipe, entre outros.

Além do autor de "Praça da Canção", constituíram o júri José Carlos Seabra Pereira, professor na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Isabel Lucas, jornalista e crítica literária, Lourenço do Rosário, ex-reitor da Universidade Politécnica de Maputo, Ana Paula Tavares, poeta e Prémio Camões deste ano, e Josélia Aguiar, jornalista e historiadora. O Prémio LeYa tem o valor pecuniário de 50 mil euros, sendo o maior prémio literário para romances inéditos.

"O Rastro do Jaguar", do brasileiro Murilo Carvalho, foi o primeiro vencedor, em 2008. Ao longo das 18 edições o Prémio não foi atribuído três vezes, por falta de qualidade, segundo o júri - em 2010, 2016 e 2019 -, e também não foi entregue em 2020, devido à pandemia de covid-19.

Portugal lidera a lista de vencedores, com oito autores, o mais recente, Nuno Duarte, no ano passado, com o romance "Pés de Barro", seguindo-se o Brasil, com quatro autores, o terceiro é Moçambique com um único vencedor, João Paulo Borges Coelho, em 2009, com "O Olho de Hertzog".

c/Lusa
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