Espólio de António de Oliveira e Silva doado à Biblioteca Nacional

Lisboa, 12 Jan (Lusa) - O espólio do músico e pedagogo António de Oliveira e Silva, constituído por 136 volumes e 95 partituras, será doado segunda-feira à Biblioteca Nacional (BN).

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Falecido há três anos, Oliveira e Silva integrou os Segréis de Lisboa e o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, entre outras formações, tendo-se apresentado em palcos da Europa, Estados Unidos, Brasil, Índia e Macau, e efectuado diversas gravações.

Uma nota da BN esclarece que os 136 volumes doados abrangem temas como história da música, construção de instrumentos, dicionários de música e de instrumentos, bem como "escritos de diversos compositores, publicações periódicas relativas à música ou a instituições com ela relacionadas".

O núcleo de 95 partituras "reflecte essencialmente a sua actividade como instrumentista de câmara e como pedagogo".

Este núcleo inclui uma "partitura manuscrita (cópia do século XVIII) da cantata La Danza (texto do poeta e libretista Metastasio), do compositor italiano radicado em Portugal David Perez (1711-1778), "particularmente significativa por não constar da lista de obras conhecidas desse autor", segundo a mesma nota.

A assinatura do termo Doação do espólio António de Oliveira e Silva (1933-2005) está marcada para segunda-feira à tarde na BN, ao Campo Grande, em Lisboa.

Natural de Salreu (Aveiro) António de Oliveira e Silva teve como mestres Cláudio Carneyro, Costa Sanches, Alberto Pimenta e François Broos.

Frequentou os cursos de música antiga do Collège d`Europe (Bruges), tendo ainda estudado em Roma e Veneza como bolseiro da Fundação Gulbenkian e do Instituto de Alta Cultura.

Aluno de Jordi Savall nos cursos de música antiga ibérica estudou ainda violino barroco com Marie Leonhardt e Roy Goodmann.

Integrou as orquestras sinfónicas do Porto e da RDP, onde foi primeiro solista, a Orquestra Gulbenkian e a Sinfónica do Teatro São Carlos, onde foi também primeiro solista.

Oliveira e Silva fez parte ainda da Orquestra da RAI de Turim, tendo sido o representante dos instrumentistas portugueses no concerto anual da Orchestre Philarmonique du Monde (Montréal, 1988).

Na área pedagógica leccionou as classes de violino, viola de arco e música de câmara no Conservatório de Castelo Branco e foi professor na Escola de Música do Conservatório Nacional e na Escola Profissional de Artes da Beira Interior, na Covilhã.

Colaborou em vários órgãos de comunicação social, nomeadamente o semanário Expresso.

NL.

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