Estado brasileiro da Paraíba quer afirmar-se como casa da literatura lusófona

O governador da Paraíba disse à Lusa que o estado brasileiro quer afirmar-se como casa da literatura lusófona através do reforço do festival literário local como plataforma de encontro entre autores brasileiros e de países de língua portuguesa.

Lusa /

"Acho que vamos nessa direção", sublinhou à Lusa João Azevedo, acrescentando que "a integração da literatura brasileira, paraibana, junto com os autores de países lusófonos, é extremamente importante para a divulgação e valorização" da cultura do estado do Nordeste brasileiro.

A partir de hoje, e até sábado, a capital do estado, João Pessoa, torna-se a capital da literatura lusófona ao realizar o 2.º Festival Literário Internacional da Paraíba (FliParaíba), com "autores de língua portuguesa de diversos países, Guiné-Bissau, Angola, Cabo Verde, Portugal", enfatizou o governador.

"A Paraíba se torna referência desse espaço", frisou, revelando a ambição de "fortalecer a Paraíba como um destino em que seja visto, fora do Brasil, como um espaço onde há uma produção literária forte, onde há uma valorização da cultura".

Paraíba e a sua capital, João Pessoa, é um dos destinos balneares preferidos dos brasileiro, mas agora, para além disso, quer-se destacar também como um polo de "turismo literário", destacou o governador.

O executivo estadual procura associar o festival ao crescimento turístico da região, numa estratégia semelhante à de Paraty, no Rio de Janeiro, onde a festival literário se tornou marca identitária da cidade.

 "Ao tempo em que essas pessoas chegarem aqui, nós queremos que elas também tenham o conhecimento daquilo que é produzido em termos de literatura", afirmou João Azevedo, recordando que a cidade está a construir um projeto que inclui o complexo turístico do Cabo Branco, que prevê "14 mil novos leitos, nove grandes resorts, parques temáticos" e pode atrair "2 milhões e meio de turistas de fora do Brasil" nos próximos anos.

Dedicado ao tema "Nossa Terra, Nossa Gente - Ancestralidade, Identidade e o Futuro da Democracia", o FliParaíba propõe uma reflexão sobre a língua como território comum e instrumento de criação coletiva, num diálogo entre tradição e futuro, oralidade e escrita, local e universal.

Ao todo, estão programadas oito mesas principais e duas conversas especiais sobre os mais variados temas, como "A Língua como Território de Cidadania", "Vozes Ancestrais", "Territórios Literários em Trânsito", "O Corpo Político da Língua", "Literatura em Travessia", "Leitura, Edição e Democracia".

Ao longo dos dias passarão pelo festival vários autores de diferentes regiões lusófonas entre o vencedor do Prémio Camões 2022, o brasileiro Silviano Santiago, e o Prémio Camões 2018, o cabo-verdiano Germano Almeida.

Destaca-se ainda a escritora e política guineense Odete Semedo, o escritor brasileiro Itamar Vieira Júnior, o `rapper` MC Marechal e os autores portugueses Afonso Cruz e Inês Pedrosa.

 

 

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