Estreia de "Jantar" dos Artistas Unidos na "nova casa" da companhia adiada para 23 de outubro
Os Artistas Unidos abrem ao público o `novo` Teatro Paulo Claro, em Lisboa, no dia 23, com a estreia da "comédia negra" "Jantar", da britânica Moira Buffini, disse hoje à Lusa fonte da direção dos Artistas Unidos.
A estreia da peça, numa "espécie de celebração" do novo espaço, como afirmara Pedro Carraca aos jornalistas no final de um ensaio de imprensa, estava prevista para a próxima quinta-feira, mas teve de ser adiada para dia 23 devido a "problemas técnicos" surgidos no armazém vazio de mais de 800 metros quadrados que é, desde 26 de setembro, a "nova casa" dos Artistas Unidos, acrescentou a fonte da companhia.
"Jantar" estava previsto estar em cena até 01 de novembro, no Teatro Paulo Claro, na Rua do Açúcar, n.º 37, em Lisboa, mas a companhia fundada em 1995 por Jorge Silva Melo "ainda não sabe até quando vai ter a peça em cena, embora espere conseguir estender" a permanência em cartaz.
A peça, que o ator Pedro Gil apresentara há algum tempo ao encenador, para fazer com a atriz Catarina Campos Costa, que está no elenco, acabou por ser impossível de concretizar até ao momento, já que os Artistas Unidos continuavam sem espaço próprio desde julho de 2024, quando foram obrigados a sair do Teatro da Politécnica, em Lisboa.
"E há um ano, um bocado menos, começámos a aperceber-nos de que se calhar seria o primeiro texto para um possível novo espaço", disse Pedro Carraca, no final de um ensaio de imprensa da peça, no espaço que agora ocupa, um pavilhão enorme, de pé direito alto, mas onde falta fazer tudo para que seja um teatro.
E é neste espaço desnudo que a peça se estreará.
É uma estreia possível, por ser uma comédia, que a companhia "não fazia há algum tempo". Além disso, já que iam para um "novo início", seria bom mudarem "um bocadinho e festejar", sustentou o encenador.
"Bom, é uma comédia negra, claro, também não podia ser uma comédia que não tivesse alguns laivos fora do normal", acrescentou Pedro Carraca, sublinhando tratar-se do 200.º texto que a companhia fundada em 1995 por Jorge Silva Melo leva à cena.
Por isso mesmo, acharam que pôr a peça em cena "devia ser uma espécie de celebração e uma coisa mais divertida e leve", apesar de Pedro Gil, que motivou os Artistas Unidos a montarem a peça, não poder fazer parte do elenco de momento.
A montagem da peça começou sem sequer os Artistas Unidos "conseguirem entender bem qual seria a data da estreia possível", já que o acordo de cedência do novo espaço, pela autarquia de Lisboa, foi celebrado no passado dia 26 de setembro.
Sem grande carga psicológica nem com uma discussão de mensagem muito profunda, "Jantar" é um texto "para quem gosta de trabalho de atores", pois permite-lhes desenvolver as suas personagens e ao mesmo tempo "brincar e gozar com isso", observou Pedro Carraca.
Uma forma de os Artistas Unidos estarem "um bocadinho mais leves, num momento que é leve, mas bastante pesado tendo em conta todos os trabalhos hercúleos" que têm pela frente para tornar um espaço vazio e decadente de centenas de metros quadrados num teatro.
Com tradução de Ana Frazão, "Jantar" tem como `comensais` Catarina Campos Costa, Gonçalo Carvalho, Inês Pereira, Pedro Caeiro, Raquel Montenegro, Tiago Matias e Vicente Wallenstein.
No cenário e figurinos está Rita Lopes Alves, na assistência de cenografia, Francisco Silva, na luz, Pedro Domingos e, no som, André Pires.
Na assistência de encenação estão Joana Calado e Nuno Gonçalo Rodrigues.