Estreia europeia de "Terra Sonâmbula", de Teresa Prata, no Festival de Mannheim-Heidelberg
O filme "Terra Sonâmbula", da realizadora portuguesa Teresa Prata, baseado no romance com o mesmo título do escritor moçambicano Mia Couto, vai ter a sua estreia europeia no sábado, no Festival Internacional de Cinema de Mannheim-Heidelberg (Alemanha).
Depois da estreia absoluta a 27 de Agosto, no Festival de Cinema de Montreal (Canadá), "Terra Sonâmbula" foi seleccionado para o Festival de Cinema do Rio de Janeiro, há duas semanas.
Agora, o filme de Teresa Prata, que ainda não foi exibido nas salas de cinemas portuguesas, foi escolhido para a secção "Descobertas Internacionais" do Festival de Cinema de Mannheim-Heidelberg, um dos maiores da Alemanha.
A jovem cineasta, formada em argumento e realização pela Deutsche Film und Fernsehakademie Berlin (Academia de Cinema e Televisão de Berlim), é também autora das curtas-metragens "Uma Questão de Vida ou Morte" (1994), "Mil Olhos, O Sonhador do Oeste"(1996), "Leopoldo" (1999) e "Partem tão Tristes, os Tristes" (1999).
"Terra Sonâmbula", a sua primeira longa metragem, é uma co-produção portuguesa (Filmes do Fundo), alemã (ZDF/ARTE), e moçambicana (ÉbanoMultimédia), com o apoio do Ministério da Cultura, através do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), da RTP, e do Instituto Camões.
O filme, que conta a história de Muidinga, um menino moçambicano que procura a família em plena guerra civil, só tem dois actores profissionais no elenco, a moçambicana Ana Magaia e a portuguesa Laura Soveral.
Os restantes actores, incluindo o menino de 12 anos que protagoniza Muidinga (Niko Lauro Teresa), são amadores que responderam a anúncios colocados pela realizadora em jornais e na televisão moçambicanos.
Em anterior entrevista à Lusa, Teresa Prata disse que leu "Terra Sonâmbula" quando ainda era estudante de cinema em Berlim, cidade onde continua a residir.
A realizadora, que passou a infância em Moçambique e a adolescência no Brasil, achou a história "maravilhosa e fantástica", e decidiu passá-la ao cinema, com o consentimento prévio de Mia Couto.
"Foi um projecto duro e longo, mas durante estes sete anos, nunca deixei de acreditar nele", disse ainda a realizadora sobre o filme, totalmente rodado no sul de Moçambique, num perímetro de 200 quilómetros em redor de Maputo.