Estreia hoje nas salas de cinema portuguesas o filme "98 Octanas" com os actores Rogério Samora e Carla Chambel a protagonizarem a história de um encontro acidental numa paisagem de betão.
O argumento de "98 Octanas" é uma parceria de Fernando Lopes com o crítico de cinema João Lopes e foi escrito a partir de um texto de Diogo Lopes, filho do realizador, que retrata o universo das auto- estradas e das estações de serviço.
A história desenrola-se entre Dinis e Maria, que se encontram por acaso numa estação de serviço e partem juntos pela auto-estrada.
O filme foi rodado em jeito de "road movie" e de forma cronológica, à medida que o enredo se ia desvendando, o que permitiu "um maior envolvimento dos actores", como explicou Fernando Lopes à agência Lusa.
"O trabalho decorreu muitas vezes sem rede, o que permitiu uma entrega total à leitura das personagens", referiu o cineasta.
"98 Octanas" é também "uma viagem pessoal e interior" do próprio realizador, que diz ter "uma relação muito forte e espiritual" com todos os filmes que faz.
Desta vez, Fernando Lopes abandonou o par Rogério Samora/Alexandra Lencastre e apostou em Carla Chambel, que o impressionou pela "força e por ter um rosto de estranheza, quase de bicho".
A par de Rogério Samora e Carla Chambel, três outros actores dão corpo ao filme: Márcia Breia, Fernando Heitor e Joaquim Leitão.
Com produção da Clap Filmes, de Paulo Branco, "98 Octanas" tem fotografia de Edmundo Díaz e música de Bernardo Sassetti que, a partir da ideia de um fado, compôs um bolero.
O resultado é uma música "lenta e introspectiva que está no filme fisicamente, mas de uma forma transparente e silenciosa", para que "não se sobreponha nem ao trabalho dos actores nem à imagem", explicou o músico à agência Lusa.
Numa altura em que o filme chega aos cinemas, Fernando Lopes está já a trabalhar no argumento para um próximo filme, cujo título deverá ser "De Corpo Presente".
