Lisboa, 03 Out (Lusa) - A Fundação CulturSintra inicia sábado um ciclo dedicado a Lima de Freitas, falecido há dez anos, que inclui uma exposição antológica na Quinta Regaleira, um ciclo de debates e um colóquio internacional.

A partir de sábado e até dia 26 deste mês, estará patente uma exposição na Quinta da Regaleira, em Sintra, que reúne 125 obras do artista "tanto de pintura como gráfica e abrangendo os seus diversos períodos", disse à Lusa Cruz Alves, administrador-delegado da Fundação CulturSintra.

Referindo-se ao pintor e ilustrador, Cruz Alves afirmou que "Lima de Freitas é, em termos europeus, um dos mais importantes mentores da antropologia do imaginário, conjuntamente com Gilbert Durand de quem era amigo".

A ligação de Lima de Freitas a Sintra "é antes à Sintra mítica".

"Um dos quadros patentes na exposição é `Montanha da Lua`, uma referência à Serra de Sintra, que integra também no seu painel sobre Ulisses e a fundação de Lisboa, existente no átrio que liga a estação do Rossio à do Metropolitano, nos Restauradores, em Lisboa", acrescentou.

"A obra de Lima de Freitas, 50 anos de pintura, dá testemunho da sua evolução e da sua genialidade como percursor do imaginário e das nossas estruturas míticas e identitárias", sublinhou o responsável.

Além do ciclo de debates, está também previsto um colóquio internacional sobre a obra de Lima de Freitas, tanto gráfica, como de pintura e ensaística, que se realizará em Sintra, dias 25 e 26 deste mês.

Cruz Alves considera que Lima de Freitas, natural de Setúbal, "não fez escola, mas deixou influências" em pintores como Filipa Lobato, Carlos Pedro Barahona Possolo ou Margarida Cepeda.

Nascido em 1927, Lima de Freitas expôs desde 1946, escreveu várias obras e ilustrou centenas de outras de diversos autores.

É autor de várias obras de arte pública como os painéis de azulejo da estação ferroviária do Rossio, em Lisboa, tanto em Portugal como no estrangeiro.

A 05 de Outubro de 1998, Lima de Freitas faleceu em Lisboa, aos 71 anos.

NL.

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