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Fadista Camané está de regresso aos inéditos no novo álbum "Horas Vazias"

por Lusa

O novo álbum do fadista Camané, "Horas Vazias", a sair no próximo dia 29, inclui poemas de Amália Rodrigues, David Mourão-Ferreira, Fernando Pessoa, Jorge Palma, Júlio Dinis, Pedro Abrunhosa, entre outros, divulgou hoje a editora.

"Horas Vazias" sucede ao álbum "Aqui Está-se Sossegado" (2019) que o fadista gravou com o pianista Mário Laginha, chegará ao mercado a 29 de outubro, será precedido de um `single`, no dia 22, com um fado da autoria de Pedro Abrunhosa, surge seis anos depois do último álbum de inéditos do criador de "Sei de um Rio", e pode ser encomendado a partir de hoje, de acordo com a editora Warner Music.

A escolha do fadista neste álbum foi pelo fado tradicional, tendo gravado o Fado Rosa, de João David Rosa, no qual canta um poema de Sebastião Cerqueira, "Às Vezes Há um Silêncio", o Fado Bica, de Jaime Santos, para um outro poema de Cerqueira, "Amar não Custa", ou a escolha de uma conjugação entre o Fado Menor e o Maior, para interpretar "As Ilhas Afortunadas", de Fernando Pessoa, autor habitual no `repertório camaniano`.

O fado "As Ilhas Afortunadas" é dedicado, por Camané, ao guitarrista e estudioso do fado José Pracana (1946-2016).

Do repertório de Amália Rodrigues (1920-1999), o fadista gravou "Aves Agoirentas" (David Mourão-Ferreira /Alain Oulman).

Este é o primeiro álbum de Camané sem a direção do músico José Mário Branco, falecido em novembro de 2019, que todavia marca presença, assinando a música para um poema inédito de Amália Rodrigues, "Tenho Dois Corações".

A produção do álbum é do músico de jazz Pedro Moreira, o que levou à introdução do saxofone de Ricardo Toscano, do acordeão de João Barradas, e de um sexteto de cordas, mas também a contar com o contrabaixista Carlos Bica, que há muito faz parte da equipa de músicos de Camané, que não se desvia, neste CD, do mapa fadista.

Camané volta, neste álbum, a cantar Sérgio Godinho, "O Fado que em Tempos te Cantei", assim como Jorge Palma, "Noite Transfigurada", e ainda Pedro Abrunhosa, "Que Flor se Abre no Peito", Amélia Muge, "Se a Solidão Fosse", e Vitorino, "Marcha de Alcântara", um original do músico do Redondo gravado em 1988.

O fadista estreia-se na interpretação de uma composição de Carminho para "Nova Vénus", um poema de Júlio Dinis, autor que se estreia no repertório fadista, e há ainda uma composição de Miguel Amaral para um poema de Sebastião Cerqueira, "Meu Amor".

De Maria Rosário Pedreira, Camané gravou "Falsa Partida", com música de Mário Laginha.

Camané, como habitualmente, é acompanhado pelos músicos Carlos Manuel Proença, à viola, e José Manuel Neto, na guitarra portuguesa, que assina, com Carlos Lopes, a música de "Quem És", um poema de João Monge.

Camané, 54 anos, com o disco "Camané Canta Marceneiro", venceu, em 2018, o Prémio Manuel Simões para Melhor Disco de Fado, e tem já no seu palmarés um Prémio Amália para Melhor Intérprete e o Prémio Europa - David Mourão-Ferreira, atribuído pela Universidade de Bari, em Itália.

Camané, de seu nome de registo Carlos Manuel Moutinho Paiva dos Santos, nasceu em Oeiras, no distrito de Lisboa, e começou a cantar ainda menino.

Aos 13 anos venceu a Grande Noite do Fado de Lisboa, na categoria de Juniores, iniciando um circuito de várias atuações, principalmente em casas de fado. Aos 18 anos, a convite do fadista Carlos Zel (1950-2002), atuou na RTP, e fez parte do elenco da casa de fados Senhor Vinho, em Lisboa, de Maria da Fé e do poeta José Luís Gordo.

Em 1995, publicou o álbum "Uma Noite de Fados", início de uma parceria com José Mário Branco que perdurou até à morte deste músico, produtor e compositor.

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