Faleceu Daniel Morais, presidente do Instituto Português de Cultura
O presidente do Instituto Português de Cultura e adido cultural da Embaixada de Portugal em Caracas, Daniel Morais, faleceu hoje, vítima de problemas cardíacos, disse à Agência Lusa um amigo da família.
Segundo a fonte, Daniel Morais, 83 anos, faleceu pouco antes das 10:00 horas locais (15:00 horas em Lisboa), na Clínica Metropolitana de Caracas, onde estava hospitalizado desde há algumas semanas.
"Desde ontem o estado de saúde tinha-se agravado e o doente entrou em coma", disse.
Os restos mortais de Daniel Morais vão estar em câmara-ardente, a partir do final da tarde de hoje (noite em Lisboa), na Capela de Nossa Senhora de Fátima, no Centro Português de Caracas.
O funeral ainda não tem data marcada, porque só se raliza depois da chegada à Venezuela de um dos filhos, residente em Portugal, e de uma filha que vive no Panamá.
Natural de Almada, onde nasceu em 1924, Daniel Morais, era casado e tinha três filhos.
Emigrou para a Venezuela em 1948, por razões políticas e económicas, dada a sua militância anti-salazarista e anti-fascista, tendo integrado o Comité Central do MUD-Juvenil.
Simpatizante do Partido Socialista, esteve preso nas cadeias de Aljube e Caxias, na companhia de Mário Soares e Octávio Pato.
Em Lisboa, foi empregado de escritório no Grémio dos Armazenistas de Mercearia.
Em Caracas, em 1950, abriu uma fábrica de móveis "estéticos e modernos", a Arteque, que influenciou o mercado local e mais tarde foi comprada pela norte-americana Sears.
Nesse mesmo ano, foi nomeado vice-presidente da Associação Nacional de Industriais do Móvel.
Entrou para os quadros da embaixada de Portugal em Caracas em 1989, onde era adido cultural e promovia visitas à Venezuela de importantes personagens da cultura portuguesa.
Desde 30 de Novembro de 1985 que era presidente do Centro Fernando Pessoa, instituição que passou a ser chamada Fundação Instituto Português de Cultura.
Em 1956, produziu vários programas radiofónicos dirigidos à comunidade portuguesa na Venezuela, entre eles a Serenata Portuguesa e o Ecos de Portugal, que mais tarde se transformou em semanário da imprensa escrita, já extinto.
A 10 de Junho de 1958, Daniel Morais fundou o Centro Português de Caracas.