Feira do Livro Gulbenkian com mais de 1.500 visitantes por dia
A primeira Feira do Livro Gulbenkian, a decorrer em Lisboa, vendeu 9.000 livros aos mais de 4.500 visitantes dos primeiros três dias, superando as expectativas dos organizadores, informou à Lusa fonte da Fundação.
O livro mais vendido neste período foi o catálogo dedicado às obras de René Lalique, joalheiro e decorador da corrente Art Deco, disse à Lusa António Repolho Correia, da Fundação Calouste Gulbenkian.
Os cerca de 500 títulos disponíveis - livros, catálogos, partituras e revistas - são vendidos, na sua maioria, a metade do preço de capa e em alguns casos a 60 por cento.
Surgem assim nas mesas e escaparates da feira variados livros a menos de cinco euros e outros que não ultrapassam os 10.
Só nos três primeiros dias da feira, os 4.642 visitantes adquiriram cerca de 9.000 livros, o que dá uma média de dois livros por visitante, segundo números adiantados por Repolho Correia.
A Feira, a decorrer desde 22 de Abril na primeira cave do edifício sede, em Lisboa, teve a mais-valia "de chegar junto do cidadão comum, e muitas pessoas ficaram a conhecer a Fundação e as suas actividades a partir dela", acrescentou a fonte.
José Manuel Barros, estudante da Universidade Nova de Lisboa, já conhecia a Fundação, até pela proximidade geográfica, mas aproveitou para comprar a obra de Emanuel Kant "Crítica da Razão Pura" que está à venda por 4,5 euros.
"Compro para mim e para mais oito colegas, pois é um preço muito convidativo e dá para comprar outra obra que se goste", disse o estudante à agência Lusa.
Fundamentalmente constituída por obras de carácter técnico, artístico ou científico, além dos "posters" a 70 cêntimos, a feira tem, segundo os promotores, "despertado o interesse do público em geral".
"A feira suscitou um interesse no livro, muitas pessoas ficaram a saber que a Fundação tinha também um serviço editorial, portanto creio que podemos apostar de forma mais forte e agressiva na próxima Feira do Livro de Lisboa", disse Repolho Correia.
"A ideia é dar a conhecer as nossa edições, que por existirem há tanto tempo caíram um pouco no esquecimento, sem terem perdido o interesse ou a actualidade", explicou.
Quanto ao futuro, os responsáveis da Fundação Gulbenkian vão analisar os resultados desta primeira edição da feira antes de a alargar a outras cidades ou agendá-la para o próximo ano.
Maria Luísa Correia, professora do ensino secundário e visitante do certame, defendeu, em declarações à Lusa "a realização anual da feira, até como forma de refrescar as prateleiras e o interesse nas edições da Gulbenkian".
Esta professora salientou "o excelente grafismo das publicações e a linha editorial".
A Feira, que estará encerrada no feriado do Primeiro de Maio, funcionará até dia 08 de Maio, sempre entre as 12:00 e as 22:00.
Segundo Leonor Vaz, do serviço de comunicação da Fundação Calouste Gulbenkian, "o horário pós-laboral é o mais concorrido, para além do período pós-concertos".
"É interessante notar um público diferente do que costumadamente visita a Fundação ou vem às nossas iniciativas", frisou.