Festival de Almada dá prémio a Yaiza Cardenas e distingue jornalista da Lusa Cláudia Páscoa

A jornalista Yaiza Cardenas recebeu hoje o Grande Prémio Carlos Porto, do Festival de Almada, numa cerimónia que distinguiu também o trabalho da jornalista Cláudia Páscoa, da agência Lusa, anunciou a Câmara de Almada.

Lusa /

O Prémio Carlos Porto distingue os autores dos melhores trabalhos jornalísticos realizados com base no Festival de Almada. Além das duas jornalistas, foram ainda premiados os trabalhos de quatro outros profissionais.

Yaiza Cardenas foi premiada pela publicação de "um texto inovador, vivido na primeira pessoa, colhendo a perspetiva de quem veio pela primeira vez ao festival", afirma o júri, referindo-se em ata à reportagem "La otra mirada del Festival de Almada", publicada em julho do ano passado na revista espanhola Godot, dedicada às artes de palco.

A jornalista Paula Barroso, da revista Visão, recebeu o Prémio Imprensa Generalista, por uma entrevista ao diretor da Companhia de Teatro de Almada e do festival, Rodrigo Francisco ("O Festival de Almada é uma espécie de Natal em julho"), que dá "uma `visão` própria, alargada e informada, sobre o festival, ajudando a construir a sua divulgação", justifica o júri.

Helena Simões, do Jornal de Letras, Artes & Ideias (JL), recebeu o Prémio Imprensa Especializada pela análise que fez da peça "Mãe Coragem", de Bertolt Brecht, com encenação de António Pires, que encerrou a edição do ano passado do festival.

Segundo o júri, o texto da jornalista do JL "demonstra que a crítica de teatro é um elemento essencial na vida dos autores, dos atores, das companhias e do público."

O júri decidiu ainda atribuir três Menções Honrosas: uma a Mark Brown, do jornal escocês The National, "que escreveu um excelente texto de reflexão sobre os festivais na Europa [na edição de domingo The Sunday National], passando pelo festival de Almada" ("Celebrating the arts, from the Tagus to Galway Bay"); outra a Joana Moreira, do jornal Observador, "que publicou diversos textos que dão uma imagem global do festival [de Almada] nas suas diversas facetes, em quantidade e qualidade"; e, finalmente, a Cláudia Páscoa.

Sobre o trabalho da jornalista da Lusa, o júri destacou: "Prova que um texto de uma agência de informação não precisa simplesmente de ser neutro e que os jornalistas podem e devem manter e assumir a sua intermediação."

Cláudia Páscoa faz parte dos quadros da agência Lusa há mais de 30 anos, tendo passado por diferentes editorias. Atualmente faz parte da editoria Cultura.

O júri foi constituído por Francisco Bélard, do Clube de Jornalistas, Vitor Mota, do Sindicato dos Jornalistas, João David Nunes, da Sociedade Portuguesa de Autores, Margarida Bastos, do Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (Cena-STE), e Sara Santos, da Câmara Municipal de Almada.

O prémio toma o nome do crítico de teatro e dramaturgo Carlos Porto (1930-2008), pseudónimo de José Carlos da Silva Castro, um dos fundadores da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro, que se distinguiu pelo acompanhamento do meio teatral português durante quase 50 anos, em publicações como Diário de Lisboa e JL.

Também poeta e tradutor, Carlos Porto publicou obras como "10 Anos de Teatro e Cinema em Portugal 1974-1984" e "O TEP e o teatro em Portugal".

A edição deste ano do Festival de Almada, que terminou hoje, somou 20 espetáculos de teatro e dança, num total de 46 representações, e 16 concertos.

Esta edição contou pela primeira vez com o coreógrafo William Forsythe e homenageou a atriz Lia Gama, de 81 anos.

Durante o festival, que se iniciou no passado dia 04 de julho e decorreu entre as duas margens do Tejo, em Lisboa e Almada, a Companhia de Teatro de Almada, estrutura anfitriã, estreou a peça "Um adeus mais-que-perfeito", do Nobel da Literatura Peter Handke.

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