Filme brasileiro "Tropa de Elite" pretende suscitar "reflexão" sobre corrupção policial e violência nas favelas

Berlim, 12 Fev (Lusa) - O filme brasileiro "Tropa de elite", exibido segunda-feira no Festival de Berlim, "convida a uma reflexão sobre o ciclo vicioso" que envolve a polícia e grupos criminosos das favelas do Rio de Janeiro, disse o realizador José Padilha.

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Presente na competição oficial do Festival, o filme, uma produção entre Brasil e Argentina, tem como cenário as favelas do Rio de Janeiro e é apresentado do ponto de vista do BOPE, o Batalhão de Operações Policiais Especiais, no combate ao tráfico de droga e criminalidade.

Antes de se ter estreado no Brasil, em Setembro, o filme andou a circular na Internet, tendo sido feitas mais de 11 milhões de cópias piratas, o que demonstra, segundo o realizador, que há um certo ressentimento da população brasileira com a polícia.

"No Brasil temos uma polícia corrupta, que assassina e usurpa e que o povo odeia", declarou hoje José Padilha à imprensa em Berlim.

Em "Tropa de elite", a história desenrola-se na véspera da visita de João Paulo II ao Rio de Janeiro, em 1997, o que levou a polícia a fazer uma "operação de limpeza" nas favelas.

O filme acompanha a operação de três agentes do BOPE, revelando os planos de intervenção e os casos de corrupção dentro da polícia.

"Só no Rio de Janeiro, em apenas um ano, houve mais mortos por violência policial do que na última Intifada", acusou Padilha, referindo que a violência entre os grupos das favelas e a corrupção policial "se alimentam mutuamente".

O Festival Internacional de Cinema de Berlim começou no dia 07 e termina no próximo domingo.

SS.

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