Filme "Nayola", a primeira longa-metragem de animação sobre a guerra civil de Angola

por Diana Palma Duarte - RTP

Um retrato do impacto da guerra civil angolana na vida de três mulheres: Lelena (a avó), Nayola (a filha) e Yara (a neta).

O realizador José Miguel Ribeiro tem no passado familiar muitas histórias sobre o colonialismo português em Angola.

Para criar uma narrativa mais realista, viveu em Luanda e escolheu os artistas angolanos que dão voz a "Nayola": a rapper Medusa faz o papel de Yara, a declamadora de poemas Elisangela Rita é Nayola e a actriz profissional Totonha dá voz à avó Lelena.

Esperou nove anos pela conclusão da sua maior obra e estreou internacionalmente em Junho de 2022 no Festival de Annecy "considerado o mais importante evento para a divulgação de cinema de animação de todo o mundo" concorrendo na secção oficial de longas-metragens.

No início de 2023 o filme foi exibido em várias salas de Angola e logo depois elogiado em Fevereiro pelo London Film Festival, tendo estado também em destaque no passado mês de Março no Festival Monstra.

Inspirado na peça "A Caixa Preta", de José Eduardo Agualusa e Mia Couto, com argumento de Virgílio Almeida, o filme mostra que as guerras nunca terminam e que as lutas por um mundo melhor se podem perder se as vozes se calarem, diz o realizador.
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