Fotografias de Cloete Breytenbach sobre Angola doadas à Biblioteca de Arte da Gulbenkian
Um conjunto de 60 imagens que documentam duas décadas de guerra em Angola, captadas pelo fotojornalista sul-africano Cloete Breytenbach (1932-2020) foi doado à Biblioteca de Arte da Gulbenkian, em Lisboa, anunciou hoje a fundação.
A doação da série fotográfica - que retrata o quotidiano dos soldados em cenários marcados pela guerra colonial e pelo conflito civil que se lhe seguiu - foi intermediada pela curadora Annette Badenhorst, curadora e produtora de exposições de Breytenbach, indica a Gulbenkian em comunicado.
As fotografias agora incorporadas no acervo - que oferecem "uma perspetiva documental de forte impacto histórico" - foram apresentadas publicamente apenas uma vez, em 2018, na exposição "A Guerra em Angola - 1967 1987", realizada na Galeria MIRA, no Porto.
Cloete Breytenbach, fundador da versão sul-africana da Magnum Photographers, assinala a Gulbenkian, ganhou notoriedade por documentar as realidades sociopolíticas da África do Sul durante o `apartheid`, e também as guerras em várias partes do globo, e em particular em África, em países como Zimbabué, Congo, Moçambique e em Angola.
É da sua autoria uma célebre fotografia de Nelson Mandela com o ativista Walter Sisulo, captada em 1964, na ilha-prisão de Robben, perto da cidade do Cabo, na África do Sul, recorda a Gulbenkian.
O espólio Breytenbach inclui reportagens sobre soldados em combate, assim como retratos de civis afetados pela violência, trabalho que se tornou uma referência para o estudo da memória visual do século XX no continente africano.
A coleção de fotografias doada ficará acessível para consulta pública na Biblioteca de Arte Gulbenkian, mediante marcação prévia, conclui a fundação.