Governo de Cabo Verde apoia Kriol Jazz Festival primeira vez com 9 mil euros

por Lusa

O Governo cabo-verdiano vai apoiar pela primeira vez com 9 mil euros o Kriol Jazz Festival (KJF), que regressa à cidade da Praia em abril, quatro anos depois, conforme protocolo hoje assinado.

O protocolo foi assinado, na Praia, pelo ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, e pelo produtor da Harmonia Lda e organizador, José da Silva, e o apoio de um milhão de escudos (9 mil euros) vai servir para a promoção, preparação e realização do evento.

O dono da Harmonia lembrou que esta é a primeira vez que o Governo de Cabo Verde patrocina o festival, que este ano vai na sua 12.ª edição, esperando que seja o início de muitos anos de parceria.

"O Kriol Jazz Festival precisa cada vez de mais apoios, porque com a economia que nós temos atualmente, os patrocínios estão difíceis e a ajuda do Ministério da Cultura é muito importante", afirmou o produtor.

O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas referiu que assinatura do protocolo é patrocinada pelo primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, que era o presidente da Câmara Municipal da Praia quando o festival foi lançado.

O governante disse que o primeiro protocolo se trata de um "valor simbólico", mas promete inscrever uma verba para o KJF numa rubrica do seu ministério nos próximos anos.

"Financiamos através do Fundo Autónomo de Cultura e das Indústrias Criativas, e contamos nos próximos anos aumentar essa parceria", prometeu, considerando que estão reunidas as condições para um "grande relançamento" do festival após a paragem de três anos por causa da pandemia de covid-19.

Organizado pela Harmonia, em parceria com a Câmara Municipal da Praia, o evento deste ano, entre 13 e 15 de abril, terá um orçamento de cerca de 30 milhões de escudos cabo-verdianos (cerca de 272 mil euros).

O ministro reconheceu que tendo em conta o orçamento, o financiamento do Governo "é muito pouco", mas pediu igualmente o engajamento da autarquia local e das empresas e empresários nacionais.

Para esta edição, há artistas e grupos de oito países, incluindo Cabo Verde. Para o primeiro dia, com entrada gratuita, vão subir ao palco na Pracinha da Escola Grande, no Plateau, centro histórico da Praia, a Orquestra Baobab (Senegal) e Pamela Bagadjogo (Gabão).

No segundo dia, com entrada paga, a abertura estará a cargo do cabo-verdiano Tcheka, seguido de Roosevelt Collier (Estados Unidos da América), Luedji Luna (Brasil) e Bamba Wassoulou (Mali), enquanto no terceiro e último dia, também pago, terá atuações de Lucibela (Cabo Verde), Dee Dee Bridgewater (Estados Unidos), Asa (Nigéria) e Doctor Prats (Espanha).

Este ano, e ao contrário das edições anteriores, não haverá a tradicional Zona Kriol, com entrada gratuita, e que leva a música a um dos bairros mais periféricos da cidade da Praia.

Em 2014, o KJF foi nomeado pela revista Songlines como um dos melhores 25 festivais do mundo, e já é parte do calendário cultural e turístico da cidade da Praia e de Cabo Verde, tendo colocado o país na rota da `world music`.

A 12.ª edição deste que é um dos mais emblemáticos festivais do continente africano vai homenagear o arquiteto e músico cabo-verdiano Frederico "Nhonho" Hopffer Almada, que morreu em 01 de janeiro, na cidade da Praia, aos 66 anos.

O primeiro dia do KJF vai coincidir com o fim do Atlantic Music Expo (AME), a maior feira de música de Cabo Verde, lançado em 2013 pelo Ministério da Cultura de Cabo Verde e assumido em 2018 pela Associação Cabo Verde Cultural (ACVC).

Este ano o evento acontece entre 10 e 13 de abril, também no centro histórico da cidade da Praia, reunindo centenas de participantes, desde artistas, músicos, produtores, empresários, jornalistas, diretores de festivais, agentes, para mostrarem os seus trabalhos e refletirem sobre o mercado da música.

Tópicos
pub