Governo ordena restituição de quadros apreendidos do Museu russo Pushkin
O Governo suíço ordenou hoje a restituição dos quadros do Museu Pushkin apreendidos pela justiça devido a um diferendo entre uma empresa suíça e o Estado russo, anunciou hoje um alto responsável da diplomacia helvética.
Com esta decisão, os quadros que estavam nas mãos da justiça em Genebra e Basileia, avaliados em mil milhões de dólares (853 milhões de euros), poderão deixar território suíço.
A empresa suíça Noga, propriedade do financeiro Nessim Gaon, está em litígio financeiro com a Rússia desde o princípio dos anos 1990, devido a um contrato de troca de petróleo por comida no valor de 1500 mil milhões de dólares (1280 milhões de euros).
A Rússia lesou a empresa quando cancelou unilateralmente os seus fornecimentos de petróleo.
O Governo suíço justificou a suspensão da decisão judicial pelo facto do direito internacional interditar a apreensão de património cultural com fins privados, explicou à imprensa o embaixador Paul Seger, chefe da direcção de direito internacional público do Ministério dos Negócios Estrangeiros suíço.
Entre os quadros apreendidos, pertencentes à colecção do Museu de Belas Artes Pushkin da Rússia, figuram obras de Manet, Monet, Renoir, Degas, Pissarro, Van Gogh, Gauguin, Cézanne, entre outros.
Como consequência da decisão judicial suíça, a Agência Federal Russa da Cultura e da Cinematografia suspendeu todas as negociações em curso sobre o empréstimo de obras de arte para exposições na Suíça.