Hélia Correia "é um nome distinto dos nossos tempos" - Júri
A escritora portuguesa Hélia Correia, Prémio Camões 2015, "tem um percurso que já de há um tempo para cá construiu a sua solidez. É um nome distinto dos nossos tempos", afirmou à agência Lusa a presidente do júri, Rita Marnoto.
O júri, reunido hoje, no Rio de Janeiro, atribuiu a Hélia Correia, "por unanimidade e com um certo entusiasmo", o mais importante prémio literário de língua portuguesa, no valor de cem mil euros.
"É uma escritora que tem uma vertente universal, pela forma como explora a natureza humana nos seus vários aspectos, pela atenção que dá ao mundo real, pela atração telúrica entre crenças, evolução do tempo", sublinhou Rita Marnoto à Lusa, a partir do Rio de Janeiro.
Para o júri, Hélia Correia, seja no romance, no conto ou na poesia, explora a natureza humana "a partir das suas raízes na antiguidade clássica, projetando-a nos nossos dias, através de cruzamentos que se estendem a várias vias da literatura contemporânea".
Na escolha de Hélia Correia pesou ainda "a diversidade de géneros cultivados entre a poesia, a narrativa e o teatro, a diversidade de estilos que usa, mostrando e pondo em evidência as potencialidades da língua portuguesa".
Segundo a ensaísta Rita Marnoto, "o nome de Hélia Correia está infiltrado, está embebido na literatura em língua portuguesa nos nossos dias".
O Prémio Camões foi instituído por Portugal e pelo Brasil como forma de reconhecer autores "cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento da literatura de língua portuguesa em todo o mundo", sustenta a organização.
O primeiro distinguido, em 1989, foi o escritor português Miguel Torga. Em 2014, o Prémio Camões foi atribuído ao historiador e ensaísta brasileiro Alberto da Costa e Silva.
O júri da 27.ª edição do Prémio Camões contou com Rita Marnoto, professora na Universidade de Coimbra, Pedro Mexia, crítico literário e escritor, Inocência Mata, professora nas universidades de Lisboa e de Macau, e pelos escritores Affonso Romano de Sant`Anna, António Carlos Secchin e Mia Couto.