História da beleza ao longo do tempo em obra coordenada por Umberto Eco
A noção de belo para as artes, da literatura à pintura, da escultura ao cinema, é o tema do volume "História da Beleza", dirigido por Umberto Eco, que a Difel faz chegar esta semana às livrarias.
As transformações do conceito de beleza, a contradição entre o que o que é descrito como bonito na literatura e o que é representado nas telas dos artistas plásticos do mesmo período, a concepção de belo na dança e na sétima arte são alguns dos assuntos abordados na obra.
Com centenas de reproduções de obras de arte e fotografias, "História da Beleza" encontra-se dividido em 17 capítulos que percorrem as concepções do belo desde a Grécia Antiga à cultura pop, passando pela Idade Média, o Renascimento e o Iluminismo.
O maneirismo, o classicismo, o gótico, o romântico e o simbolismo são apenas algumas das correntes ou escolas que a obra analisa, apresentando também comparações entre os ideais de beleza:
para o masculino e o feminino, mas também para Deus e as paisagens.
O livro de Umberto Eco coloca várias questões sobre a beleza que demonstram, por um lado, como os juízos sobre a estética podem ser inconstantes, mas, por outro, que é também possível alcançar um consenso, o que permite apreciar hoje com igual deslumbramento o que já era tido como muito bonito na Antiguidade.
Ao longo de quase 450 páginas, o livro cruza trechos literários com obras de arte sacra, cenas de filmes célebres com peças arqueológicas, e desenhos com imagens da arquitectura, permitindo estudar como o mesmo elemento foi objecto de representações distintas.
Umberto Eco, que coordena o volume, nasceu em 1932 em Alexandria, e projectou-se do plano académico para os holofotes dos autores de best-sellers com "O Nome da Rosa", também adaptado ao cinema numa produção homónima.
Actualmente a exercer como professor de Semiótica na Escola Superior de Ciências Humanas da Universidade de Bolonha, Eco tem diversos outros livros publicados em Portugal, caso de "O Pêndulo de Foucault", "A Ilha do Dia Antes" e "Baudolino".