Instituto Amaro da Costa vai receber condecoração no Palácio de Belém no dia 27 de outubro
Instituto Amaro da Costa, presidido por Manuel Monteiro, vai receber no Palácio de Belém, no dia 27 de outubro, a condecoração com a Ordem da Liberdade anunciada no sábado pelo Presidente da República.
Esta informação consta de uma nota publicada hoje no portal do IDL, associação política, sem fins lucrativos, constituída em 1975, então denominada Instituto Democracia e Liberdade, tendo entre os seus fundadores Adelino Amaro da Costa e Basílio Horta, do CDS.
No sábado, durante uma conferência comemorativa dos 50 anos do IDL, no Teatro Thalia, em Lisboa, o Presidente da República anunciou que ia condecorar este instituto com a Ordem da Liberdade, mas foi informado de que as medalhas, afinal, tinham ficado no Palácio de Belém.
Marcelo Rebelo de Sousa começou por elogiar o IDL pelo empenho, "desde os primórdios", em defesa da liberdade em Portugal. A seguir, dirigiu-se ao atual presidente do conselho diretivo do instituto, o professor universitário e antigo presidente do CDS Manuel Monteiro.
"Por isso, entregaria ao seu presidente [Manuel Monteiro] -- não sei se quer associar mais alguém, aqueles que tiveram ao longo da história responsabilidades no instituto -- as insígnias correspondentes ao título de membro honorário da Ordem da Liberdade", declarou.
Nesse momento, alguém da plateia informou o Presidente da República de que era impossível concretizar logo ali o ato protocolar. Ouviu-se Marcelo Rebelo de Sousa, incrédulo, comentar: "Não trouxe? Não tem consigo?"
Depois, o chefe de Estado voltou-se novamente para a plateia do teatro e deixou uma nota de humor: "É uma pequena lacuna de natureza burocrática que define que o país em muitas características não mudou muito em 50 anos".
"Fica reconhecido. Está assinado o alvará", acentuou Marcelo Rebelo de Sousa, que pediu aos atuais dirigentes e alguns anteriores responsáveis do IDL para se deslocarem em breve ao Palácio de Belém para a outorga das insígnias.
Segundo a nota hoje publicada no portal do IDL, irá no dia 27 de outubro ao Palácio de Belém uma delegação constituída por antigos presidentes e atuais membros dos órgãos do instituto e também por José Ribeiro e Castro, ex-presidente do CDS-PP, na qualidade de coordenador da comissão organizadora dos 50 anos do IDL.
O IDL foi constituído em 1975, com o nome de Instituto Democracia e Liberdade. Após a morte do então ministro da Defesa Nacional, em 1980, passou a denominar-se Instituto Amaro da Consta, em homenagem ao seu fundador.
De acordo com os respetivos estatutos, é uma associação política, sem fins lucrativos, que tem como objeto "a investigação dos fenómenos culturais, sociais, económicos e políticos determinantes do livre exercício da democracia em Portugal, nomeadamente os que respeitam à democracia cristã e, bem assim, a formação de quadros que, naqueles grandes setores da atividade humana, promovam o exercício da democracia e da liberdade".
Na intervenção, no sábado, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que foi colaborador do instituto e testemunhou as suas atividades ao longo dos últimos 50 anos.
"Como Presidente da República Portuguesa, [entendo] que os seus 50 anos deviam ser reconhecidos através da outorga de uma condecoração em nome de Portugal. E pensei que só havia uma que assentava bem: a Ordem da Liberdade. Porque a Ordem da Liberdade é concebida para todos os que lutaram no passado, lutam no presente e lutarão no futuro pela liberdade", justificou.
O chefe de Estado considerou que "Portugal e a democracia portuguesa estão efetivamente muito gratos ao IDL, pelo contributo que deu ao nascer, ao sobreviver em difíceis circunstâncias e ao contribuir para a afirmação da liberdade e da democracia em Portugal".