Investigador Manuel Rosa defende que testamento atribuído a Colombo é falso

Lisboa, 22 Mai (Lusa) - O investigador Manuel Rosa, autor de "O mistério de Colombo revelado", defenderá sábado em Cuba (Beja), num colóquio que se realizará no Centro Cultural, que o testamento atribuído ao navegador Cristóvão Colombo "é falso".

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"Irei demonstrar nesse debate que o testamento atribuído a Colombo, e o único documento que o liga a Génova, é totalmente falso", disse o investigador.

Em declarações à Lusa, Manuel Rosa afirmou que "demonstrado que o testamento é falso - o documento em que assentam as teses da historiografia tradicional sobre a sua origem genovesa e até o recente livro do casal Manuel Luciano e Sílvia Jorge da Silva que aponta para a naturalidade na Cuba -, caem as respectivas teses".

O colóquio que se realizará sábado a partir das 15:00 é moderado pelo jornalista Pedro Laranjeira e conta com as participações de Mascarenhas Barreto, Manuel Luciano da Silva e Sílvia Jorge da Silva, Roíz de Quental, Margarida Pedrosa e Julieta Marques, autores que escreveram sobre o descobridor da América.

Está também prevista, mas não confirmada, a participação do jornalista José Rodrigues dos Santos, autor de "O codex 632".

O catedrático da Universidade de Granada, José António Llorente, participará através de um depoimento previamente gravado, sobre os mais recentes resultados e conclusões das análises comparativas ao ADN que têm vindo a ser efectuadas em Espanha.

Manuel Rosa afirmou que "em Portugal não se tem dado a devida importância à questão das origens de Colombo".

"Poucos historiadores têm levado esta questão a sério", sustenta, assegurando que as actuais investigações que realiza sobre a linhagem de Colombo "poderão trazer ainda mais surpresas".

"Se essa pista que estou a investigar se provar, será incrível", disse o investigador sem adiantar pormenores.

"Eu não estou a tentar encaixar Colombo numa teoria, estou a ler e a interrogar as fontes", sublinhou o investigador, radicado nos Estados Unidos.

Defende ainda que Cristóvão Colombo era português de "alta estirpe, daí só assim se compreende como conseguiu uma audiência com os Reis Católicos de Espanha. Tal não seria possível a um simples tecelão de Génova, como quer fazer crer a historiografia tradicional".

Manuel Rosa salientou ainda o facto de Colombo ter casado com Filipa Moniz, que era uma das 12 comendadoras da Ordem de Sant`Iago e que para tal precisou de autorização do Rei D. João II que era Grão-Mestre desta ordem religioso-militar, "e estaria a par de tudo".

"Por outro lado - acrescentou - sabemos pelo seu filho Fernando, que Colombo `atendia missa regularmente em Santos-o-Velho` [em Lisboa], convento onde D. João II ia muitas vezes descansar".

"Colombo falava directamente com o Rei", enfatizou o autor de "O mistério de Colombo revelado".

Segundo o investigador, "há uma muito importante razão para se ter encoberto a verdadeira linhagem de Colombo".

O debate "Cristóvão Colon, Portugal e a Cuba" é organizado pela Câmara Municipal e o Núcleo de Amigos da Cuba, participando também o edil Francisco Orelha, e Carlos Calado, dos Amigos de Cuba.

NL.

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