Investigadores interrogam cardiologista de Michael Jackson

Os inspectores encarregados da investigação à morte de Michael Jackson interrogaram nas últimas horas o cardiologista Conrad Murray, médico pessoal do artista. No dia em que a família Jackson pediu uma segunda autópsia, o Departamento de Polícia de Los Angeles adiantou ter recolhido informações que podem "ajudar" a perceber as circunstâncias do desaparecimento do músico.

RTP /
Um comunicado assinado pelo patriarca do clã Jackson, Joseph, afirma que a família está "sem fala e devastada" Jagadeesh NV, EPA

Conrad Murray, um cardiologista proprietário de consultórios em Las Vegas e Houston, nos Estados do Nevada e Texas, é o homem sobre quem incidem todos os holofotes mediáticos após a morte de Michael Jackson, confirmada na quinta-feira. O médico que o astro da música contratara em Maio, no âmbito da preparação dos 50 concertos previstos para Julho em Londres, foi ontem alvo de um interrogatório que se arrastou por três horas.

Para a polícia de Los Angeles, o médico cardiologista continua a ser uma mera "testemunha da tragédia", nas palavras da sua porta-voz Miranda Sevcik. Para o clã Jackson, porém, Murray suscita uma torrente de dúvidas. "Quando é que o médico chegou? O que fez? Injectaram-no? Fizeram-no com o quê?", perguntava na noite de sábado o reverendo Jesse Jackson, que tem estado a acompanhar a família do músico em Encino, nos arredores de Los Angeles.

Em declarações à estação ABC, o reverendo lembrou que o médico esteve dado como desaparecido nas primeiras horas após a notícia da morte, o que "levanta questões de substância que não vão desaparecer enquanto não tiverem resposta".

"Ele deve-o à família e ao público. Dizer: foram estas as últimas horas da vida de Michael e foi isto o que aconteceu", acrescentou Jesse Jackson.

Segunda autópsia

A família da estrela norte-americana, sublinhou o reverendo Jesse Jackson, está "claramente insatisfeita" com os resultados da primeira autópsia. Razão pela qual pediu a realização de uma autópsia independente, "que qualquer pessoa recomendaria nestas circunstâncias". As principais suspeitas recaem sobre um potente fármaco analgésico de prescrição médica, o Demerol, que Michael Jackson tomaria todos os dias de forma intravenosa.

A primeira autópsia, realizada na sexta-feira, produziu resultados inconclusivos, embora tenha levado os médicos legistas a descartar a hipótese de violência física. A Medicina Legal do Condado de Los Angeles condicionou quaisquer conclusões à leitura dos exames de toxicologia, que deverão ser desvendados dentro de quatro a seis semanas.

De acordo com o jornal Los Angeles Times, a segunda autópsia solicitada pelos Jackson teve lugar no sábado. Os resultados ainda não foram divulgados.

Murray "clarificou algumas inconsistências"

Em defesa do currículo de Conrad Murray, a porta-voz Miranda Sevcik garante que "os investigadores disseram que o médico não é, de forma alguma, um suspeito e continua a ser uma testemunha desta tragédia".

Murray, afirmou a porta-voz, "sente tão profundamente a sua relação com Michael Jackson que está a fazer tudo o que pode para ajudar a que a investigação chegue a uma resposta".

Na versão de Miranda Sevcik, entretanto corroborada pelo Departamento de Polícia de Los Angeles, o cardiologista ajudou os investigadores "a identificar as circunstâncias em torno da morte do ícone pop e clarificou algumas inconsistências".

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