Irene Pimentel fez investigação "de grande dignidade e isenção" - Mário Soares

Cascais, 14 Dez (Lusa) - O ex-Presidente da República Mário Soares elogiou hoje, em Cascais, a historiadora Irene Pimentel, galardoada com o Prémio Pessoa 2007, sublinhando que tem desenvolvido "um trabalho de grande dignidade e isenção".

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"É importante atribuir este prémio a uma grande historiadora, que tem feito um trabalho notável na investigação sobre o período do Estado Novo", sustentou Mário Soares, membro do júri.

Instado a comentar a grande profusão de obras lançadas este ano sobre o Estado Novo e, em particular, a figura de António Oliveira Salazar, a que se somaram as polémicas em torno da sua "eleição", num programa televisivo, como o maior português de sempre, comentou: "Esse episódio, no fundo, não é importante!".

"Tem-se falado muito de Salazar e mal, foi tudo feito de forma muito desagradável. O que é importante é que se continue a fazer investigação de forma séria sobre um período negro da História portuguesa, em particular da PIDE (a polícia política do regime)", advogou.

Ainda sobre a profusão de obras que têm surgido sobre o Estado Novo, outro membro do júri, António Barreto, comentou: "É um período de ajuste de contas que Portugal está a ter com o seu passado".

Integram ainda o júri Luís Portugal Devesa, vice-presidente, Alexandre Pomar, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo de Souto Moura, João Fraústo da Silva, João Lobo Antunes, José Luís Porfírio, Maria de Sousa, Mário Soares, Miguel Veiga, Rui Vieira Nery e Rui Magalhães Baião.

No valor de 50 mil euros, o Prémio Pessoa 2007, um dos mais importantes galardões do país, é atribuído anualmente a uma figura de nacionalidade portuguesa com "intervenção relevante na vida científica, artística ou literária".

Instituído em 1987 pelo semanário Expresso e a empresa Unysis, o galardão já distinguiu vinte personalidades das áreas artística e científica.

O Prémio Pessoa foi atribuído a José Mattoso (1987), António Ramos Rosa (1988), Maria João Pires (1989), Menez (1990), Cláudio Torres (1991), Hannah e António Damásio (1992), Fernando Gil (1993), Herberto Hélder (1994) Vasco Graça Moura (1995), João Lobo Antunes (1996), José Cardoso Pires (1997), Eduardo Souto de Moura (1998), Manuel Alegre e José Manuel Rodrigues (1999), Emmanuel Nunes (2000), João Bénard da Costa (2001), Manuel Sobrinho Simões (2002), José Gomes Canotilho (2003), Mário Cláudio (2004), Luís Miguel Cintra (2005) e António Câmara (2006).

AG.

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