JMJ. Uma semana de rebuliço com espetáculos às dezenas na região de Lisboa

por Lusa

Os dias da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), entre 01 e 06 de agosto, prometem pôr Lisboa e a região num rebuliço, com dezenas de espetáculos, concertos, performances, exposições e conferências, envolvendo mais de um milhão de jovens.

O Festival da Juventude é protagonizado pelos próprios peregrinos, "numa partilha da vivência cristã feita por jovens de todo o mundo, fruto da sua criatividade", assume a organização da JMJ.

"Nós temos mais de 90 grupos, ou pessoas, (...) já marcadas e aprovadas [para atuação] em centenas de locais, quer em Lisboa, quer em Loures, quer nos municípios onde os jovens vão estar" alojados durante a semana da JMJ, disse à agência Lusa o presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, Américo Aguiar.

O bispo auxiliar de Lisboa, adiantou que a organização tem trabalhado "com os municípios, de maneira que os jovens que estiverem em Odivelas, na Amadora, em Almada, nas manhãs de terça, quarta, quinta e sexta-feira não vão ser convidados a vir para Lisboa", permanecendo nessas horas nos concelhos de acolhimento, onde farão as suas apresentações artísticas. Estão já previstas intervenções de representantes de 55 países.

Também os Rise Up, que nas edições anteriores da JMJ se chamavam Catequeses, vão acontecer nos concelhos onde os jovens pernoitam, explicou o bispo, alertando para as diferenças em relação à cidade de Lisboa.

"Depois, naquilo que é a cidade de Lisboa, haverá o maior contingente. O grupo de Cuba, quer cantar, o grupo de não sei de onde quer fazer uma exposição ou outro grupo quer fazer teatro... E aí, quase todos os espaços públicos e privados coletivos estão sob reserva", disse Américo Aguiar.

O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 revelou que, para formalizar a utilização destes espaços, vai ser assinado dentro de dias "um protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa, que também envolve o Ministério da Cultura".

Para o alojamento de todos estes jovens, a organização conta, na primeira linha, com as famílias de acolhimento.

Para já, inscreveram-se 6.000, mas, como reconhece Américo Aguiar, são necessárias muitas mais, até porque o ideal seria instalar todos os peregrinos em famílias de acolhimento.

O bispo, no entanto, desdramatizou: "Nós estamos enquadrados num histórico de adesão das pessoas, ao acontecimento, que não é muito diferente de país para país".

"Aliás, eu convido a ver uma mensagem que o Papa gravou numa das minhas idas ao Vaticano, num dos meus encontros com ele, e eu pedi-lhe exatamente um vídeo sobre as famílias de acolhimento e os voluntários. (...) É sempre uma conquista um a um, um a um e eu compreendo, [pois] nós estamos a dizer às pessoas para abrirem as portas de casa e meterem lá dois estranhos, que falam estrangeiro", disse o bispo auxiliar de Lisboa.

Américo Aguiar explicou, depois, os diferentes níveis de adesão, o primeiro dos quais "são as famílias das comunidades paroquiais, em que o senhor abade, o senhor prior diz que é preciso não sei quê e a malta adere".

Porém, na de Lisboa, há "adesões muito diferenciadas", face à desertificação de alguns territórios da cidade.

"Às vezes há freguesias em que a gente olha, tem muitas casas, olhamos ali com um potencial enorme para alojamento e famílias, mas há um problema. É que não há famílias a viver", lamentou, antes de passar para a segunda fase de adesão, que é a do "contágio": "Eu vou alojar e vou convencer o meu vizinho ou, então, os meus filhos no colégio vão fazer birra aos outros e os miúdos vão chegar a casa e vão dizer aos pais que também querem".

A terceira fase é a que chama "sair para fora da bolha" e que já está no terreno, com uma campanha em espaços como grandes superfícies, estações de correio, juntas de freguesia -- "espaços que vão para além do púlpito" -- e com a qual é feito o convite às famílias, acompanhando a utilização massiva das redes sociais.

A par das famílias de acolhimento, muitos outros espaços estão a ser mobilizados para receber os jovens, como pavilhões, escolas, quartéis ou seminários, pois "há jovens que preferem ficar todos num sítio juntos".

"Quando nós fecharmos as inscrições de alojamento e fizermos o perfil, vamos ver quais e quantos são os que pedem família e quantos são os que pedem espaços coletivos. E a esmagadora maioria pede até para não se dividirem", admitiu Américo Aguiar, acrescentando que, "entre escolas, pavilhões, espaços municipais e privados, à volta de 400.000 lugares" já estão garantidos.

Até o final de maio, iniciaram o processo de inscrição mais de 600 mil peregrinos, de 184 países. Cerca de 200 mil têm já o processo concluído.

Embora a organização nunca tenha apontado para números concretos, a expectativa é que perto de 1,5 milhões de jovens participem, entre 01 e 06 de agosto, na capital portuguesa, no encontro mundial com o Papa.

As principais cerimónias religiosas da JMJ estão previstas para o Parque Eduardo VII e para o Parque Tejo (a norte do Parque das Nações), abrangendo os concelhos de Lisboa e Loures.

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