João Ricardo Pedro é o primeiro português a ganhar o Prémio Leya
Alfragide, Amadora, 18 out (Lusa) -- João Ricardo Pedro é o primeiro português a ser distinguido com o Prémio LeYa, pelo romance inédito "O teu rosto será o último", que deverá ser publicado em março quando for entregue o galardão.
O presidente do júri, Manuel Alegre, afirmou hoje que "este foi um prémio muito renhido", tendo havido "grande disputa" com outro título que não revelou qual.
A este propósito Manuel Alegre afirmou que o Prémio LeYa tem cumprido um dos seus principais objetivos, o de encontrar novos autores de Língua Portuguesa, "tendo, além dos vencedores, sido já publicados pela LeYa mais de dez novos autores" que concorreram ao galardão e não o ganharam.
O escritor realçou que "todos os originais [a concurso] tinham uma excelente qualidade", tendo a decisão sido "muito renhida".
Alegre referiu que o ano passado estavam entre os candidatos, "Rio Homem", de André Gago, que a Asa publicou e recebeu o Prémio Revelação da Associação Portuguesa de Escritores, e "os Íntimos", de Inês Pedrosa, que recebeu o Prémio Máxima de Literatura.
O Prémio literário LeYa tem o valor de 100 mil euros, e deverá ser entregue em março do próximo ano quando o livro chegar às livrarias.
João Ricardo Pedro, 38 anos, engenheiro eletrotécnico, casado, pai de dois filhos e morador no bairro de Alvalade, em Lisboa, decidiu escrever porque se encontrava desempregado, disse à Lusa
Além de Manuel Alegre, integram o júri os escritores Nuno Júdice e Pepetela, o professor da Faculdade de Letras de Coimbra José Carlos Seabra Pereira, o reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário de Maputo, Lourenço do Rosário, a crítica literária e professora da Universidade de São Paulo Rita Chaves, e o crítico literário, escritor e jornalista brasileiro José Castello.
Sobre "O teu rosto será o último", o júri salientou a "composição delicada de histórias autónomas, que se traçam em fios secretos", considerando que o romance, "apoiado em imagens fortes, constrói um perturbador painel do presente português". Os jurados sublinham ainda o "referencial erudito" e o "poder de imaginação" que o romance evidencia.
No ano passado, o júri decidiu, por unanimidade, não atribuir o Prémio LeYa.
Em 2008 o romance vencedor foi "O Rastro do Jaguar", do jornalista brasileiro Murilo Carvalho e, em 2009, "O Olho de Hertzog", do escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho, ambos editados com a chancela da LeYa.