"A base da colecção é o glamour do preto, com pormenores de cor em verde-mar, fúchsia, azuis e dourados", disse à Lusa João Rôlo.

Na passerelle do Salão Preto e Prata do Casino Estoril, manequins como Isabel Figueira, Ana Isabel e Nayma vão envergar vestidos "muito espartilhados" no tronco, que caiem em saias compridas a terminar "em forma de balão".

Em 52 modelos, entre vestidos de noite, "tailleurs" e conjuntos de vestido com casaco, o designer quis introduzir a tendência de "todas as rendas terem uma sombra cor de pele, para dar um efeito de nudez".

O estilista responsável pela imagem da fadista Mariza começou a sua carreira a conceber peças "daquele futurismo dos anos 80, muito influenciado pela música de bandas como os Duran Duran ou Spandau Ballet", e que constituíam a imagem de marca da sua primeira loja, em Lisboa.

"Usavam-se os ombros muito estruturados e as saias muito compridas", recordou.

João Rôlo cresceu a ouvir a máquina de costura da mãe, modista de profissão, e aos quatro anos já opinava sobre tecidos, sentado em cima do balcão dos armazéns do Chiado, e tinha acesso a revista de moda internacionais que as clientes da sua mãe, que eram hospedeiras, traziam de Paris ou Londres.

Ingressou na Escola de Artes Decorativas António Arroio para frequentar o curso de equipamentos de interiores mas dois anos depois inscreveu-se em engenharia têxtil, cujo bacharelato não chegou a concluir.

A loja de "roupa futurista" fechou quando João Rôlo reuniu um leque de clientes suficiente para concretizar o sonho de ter um atelier de alta-costura.

"O meu sonho era fazer da moda espectáculo, isso chama-se alta- costura", sublinhou.

Actualmente, João Rôlo tem uma colecção de óculos e a João Rolo Home Collection (colecção de tapetes, roupa de cama, atoalhados e cerâmica) e já se iniciou no design de mobiliário.