Iniciou a sua vida profissional como jornalista no Jornal da Bahia, em 1957 e no ano seguinte editou revistas e jornais culturais, dando os primeiros passos na literatura com a participação na antologia Panorama do Conto Bahiano, organizada por Nelson de Araújo e Vasconcelos Maia, com "Lugar e Circunstância".

Entre os livros escritos por João Ubaldo Ribeiro estão "Setembro não faz sentido", "Sargento Getúlio", que teve o Prémio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, em 1972, "Viva o povo brasileiro", "O Sorriso do lagarto" ou "A Casa dos Budas Ditosos".

O escritor, que nasceu na Ilha de Itaparica, na Bahia, em 23 de Janeiro de 1941, foi também responsável pela adaptação cinematofráfica do romance "Tieta do Agreste", com a actriz brasileira Sónia Braga no papel principal.

A ligação de João Ubaldo Ribeiro aos livros iniciou-se ainda em criança quando, com 10 anos, prestava diariamente ao pai contas sobre os livros lidos e algumas vezes tinha mesmo de resumir as obras e traduzir algumas partes.

O primeiro romance que escreveu foi "Setembro não faz sentido", em 1963, depois de ter participado na colectânea de contos Reunião, com os títulos "Josefina", "Decalião" e "O Campeão".

Em 1964, João Ubaldo Ribeiro foi para os Estados Unidos, uma deslocação possibilitada pela atribuição de uma bolsa pela Embaixada Norte-Americana no Brasil para participar num mestrado em Administração Pública e Ciência Política na Universidade da Califórnia do Sul.

Já de volta ao Brasil lecciona Ciências Políticas na Universidade Federal da Bahia, onde permanece seis anos, mas veio a deixar a carreira de professor universitário para voltar ao jornalismo.

Além de ter vivido nos EUA e em Portugal, o escritor brasileiro passou alguns meses na Alemanha, em Berlim, onde publicou crónicas semanais no jornal Frankfurter Rundschau.

Em 1971 lançou o romance "Sargento Getúlio", que em 1978 viria a chegar aos EUA, resultado do seu próprio trabalho de tradução.

Três anos depois publicou o livro de contos "Vencecavalo e o outro povo" e em 1983 estreia-se na literatura infanto-juvenil com "Vida e paixão de Pandonar, o cruel", uma experiência que voltaria a repetir em 1990, com "A Vingança de Charles Tiburone".

Algumas das suas obras chegaram ao cinema, como o "Sargento Gertúlio", numa longa-metragem que foi distinguida com vários prémios no Festival de Gramado, mas também à televisão, como aconteceu com o seu romance "O Sorriso Do Lagarto", adaptado para o formato mini-série para a Rede Globo.

Em 1993 adaptou "O Santo que não acreditava em Deus" para a Rede Globo e em 1994 termina a adaptação cinematográfica, feita em parceria com Cacá Diegues e António Calmon, do romance "Tieta do Agreste", tendo em 1998 vendido os direitos de "Viva o povo brasileiro" para o cinema.

Em 1997 publica o romance "O feitiço da Ilha do Pavão".

Além de ter pertencido à Academia Brasileira de Letras, João Ubaldo Ribeiro recebeu vários prémios de reconhecimento pela sua obra como o Golfinho de Ouro, do Governo do Rio de Janeiro, mas também a nível internacional, como foi o caso do Die Blaue Brillenschlange, concedido ao melhor livro infanto-juvenil sobre minorias não europeias, na Alemanha.

Durante a sua permanência em Portugal, em 1981, o escritor baiano editou, com o jornalista Tarso de Castro, a revista Careta.

Mais tarde, voltou a Portugal, a convite de escritores portugueses que fizeram questão de prestar-lhe homenagem no seguimento de uma situação desagradável de que foi objecto a sua obra "A Casa dos Budas Ditosos".

O romance, publicado em vários países como Espanha, França ou Portugal, causou alguma polémica e chegou a ser proibido em alguns supermercados, mas a primeira edição, de cinco mil exemplares, foi vendida em poucos dias e as edições seguintes voltaram a ter sucesso.

EA

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