Juan António, o Picasso negro, expõe a sua obra em Havana

Juan António Picasso nunca esteve em Paris e a sua obra está cotada abaixo dos mil dólares, é negro e quer ficar em Cuba, onde nasceu há 32 anos e agora expõe os seus quadros.

Agência LUSA /

O jovem pintor assegura que é familiar do outro Picasso e alega que um avô de Pablo se casou em Cuba com uma negra de quem teve quatro filhos, garantindo à agência Efe que a família tem provas disso.

Mas, à parte a paixão pela arte, os dois Picassos têm pouco em comum.

Juan António começou a desenhar aos 10 anos, passou pela faculdade de enfermagem e trabalhou como funcionário num banco, até que há cerca de um ano conseguiu dedicar-se por completo à pintura.

Agora expõe em Havana, na sua terceira mostra individual, depois de ter levado em Março passado a sua obra a Figueras, em Espanha, onde tudo "correu muito bem".

"Misturas" é o título da exposição que inclui 31 obras, entre as quais óleos, desenhos a carvão e aguarelas, que retratam o quotidiano da ilha.

Neste momento, o preço dos quadros varia entre os 150 e os 700 dólares, valor que o pintor estabelece em função do material que utiliza e da qualidade artística que atribui a cada peça.

Há uns meses decidiu retirar as iniciais JA que precediam o seu apelido e passou a assinar apenas Picasso, mas explica que isso foi por uma questão de facilidade.

A obra de Pablo Picasso influenciou-o "um pouco" e não esconde a emoção que sentiria se um dia visse ao vivo os quadros do seu homónimo de Málaga, mas a ideia de viver fora de Cuba não o atrai, e a ilha é o seu local favorito para pintar.

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