Leya prepara terceira edição da BD "Astérix na Lusitânia"
A editora Asa está a preparar a terceira edição da banda desenhada "Astérix na Lusitânia", de Fabcaro e Didier Conrad, para responder ao volume de encomendas das livrarias, disse à Lusa fonte do grupo editorial Leya.
"Astérix na Lusitânia" foi publicado há uma semana, em 23 de outubro, em simultâneo em vários países, tendo vendido mais de 30 mil exemplares nos primeiros quatro dias, no mercado português.
Tendo em conta estas vendas -- mais de 30 mil exemplares vendidos de uma primeira edição de 80.000 cópias -, as encomendas já feitas e a análise de stock, a segunda edição da BD já está em produção e a editora prepara a terceira, o que perfaz, no conjunto, 150 mil exemplares, explicou o coordenador das edições gerais da Leya, David Azevedo Lopes.
"Excedeu tudo o que imaginávamos. Só para ter uma ideia, nestes quatro dias [de 23 a 26 de outubro] venderam-se mais exemplares de `Astérix na Lusitânia` do que o álbum anterior num ano inteiro", disse aquele responsável.
É certo que a série de livros "Astérix", criada por Albert Uderzo e René Goscinny há mais de 60 anos, é um dos maiores sucessos literários internacionais na banda desenhada, mas este 41.º volume suscita um interesse particular entre os leitores portugueses por remeter para a história e cultura nacionais.
David Azevedo Lopes disse que no mercado francês "Astérix na Lusitânia" vendeu 120 mil exemplares na primeira semana, mas que os autores terão ficado "atónitos" com as vendas em Portugal.
Com uma tiragem mundial de cinco milhões de exemplares em 25 países e 19 línguas, "Astérix na Lusitânia" é o 41.º álbum de BD desta série de banda desenhada, que tem sido continuada por Fabcaro (argumento) e Didider Conrad (desenho).
Em entrevista à agência Lusa, em Paris, o argumentista disse que o livro é "uma homenagem à cultura lusitana, à saudade".
"Nós fomos a Portugal, vimos concertos de fado e foi maravilhoso. Quando fazemos um álbum de viagem a um país que existe realmente, nós queremos que o país goste", disse Fabcaro.
O livro aborda ainda vários estereótipos -- todas as personagens lusitanas usam a expressão "ó pá", muitos têm bigode -- e a narrativa faz referências sobretudo a Lisboa, a fado, bacalhau, calçada portuguesa, azulejaria e vinho, sempre com o humor característico das personagens que o autor espera "não conter erros" e agradar a todos, mas principalmente aos leitores portugueses.
Apesar de não terem muitos conhecimentos sobre Portugal na época romana, foi através da pesquisa - que incluiu conhecer "a história de Viriato" e a produção de garum (molho popular na Roma Antiga, feito a partir da fermentação de peixes e sal) - que surgiu a história para a nova aventura de Astérix e Obélix mergulhada num sentimento de saudade e melancolia, associadas à identidade portuguesa.
Em fevereiro de 2026, sairá a tradução mirandesa, com o título "Asterix na Lhusitánia", juntando-se a outros volumes das aventuras dos dois gauleses já traduzidos como "La Spadanha Branca" (2024), "Asterix an Eitália (2017) e "Asterix l Goulés" (2005).