Lisboa acolhe mostra do documentário português e inclui cinema de César Monteiro
A longa-metragem "Fragmentos de um Filme-Esmola", de João César Monteiro, feito em 1972, abre hoje em Lisboa e dá o mote à mostra de cinema Panorama, que apresenta mudanças no paradigma, em torno do documentário português.
Filme experimental que esteve para se chamar "Sagrada Família", esta obra de João César Monteiro serve de comentário para toda a programação do Panorama, porque no cinema do realizador estão alguns dos temas abordados na mostra: "a família, a casa, aquilo que está perto, os percursos de todos os dias", sustenta a organização.
Do cinema documental recente, a mostra apresenta filmes como "A mãe e o mar", de Gonçalo Tocha, "Para-me de repente o pensamento", de Jorge Pelicano, as curtas-metragens "A Caça Revoluções", de Margarida Rêgo, e "As Figuras Gravadas na Faca com a Seiva das Bananeiras", de Joana Pimenta
"Revolução Industrial", de Tiago Hespanha e Frederico Lobo, e "Bibliografia", dos irmãos Miguel e João Manso, também foram selecionados.
Na abertura, hoje no Fórum Lisboa, passará "Le Boudin", curta de Salomé Lamas, e "Pabia di Aos", de Catarina Laranjeiro.
De João César Monteiro vão ser exibidos ainda "Veredas" (1977) e "Quem Espera por Sapatos de Defunto Morre Descalço" (1971).
Organizado pela associação Apordoc, o Panorama apresentará 37 filmes portugueses até domingo, dia 19, em dez espaços da capital, como Cinemateca Portuguesa, Hospital Júlio de Matos, Paróquia de Santa Joana Princesa, Culturgest, Cinema Ideal e Museu Geológico, e ainda no Centro Cultural Malaposta, em Odivelas.
O Panorama, uma mostra não competitiva dedicada ao documentário nacional, aconteceu pela primeira em 2006.