Lisboa e Guimarães vão acolher exposição sobre refugiados de Xangai em Macau
Lisboa acolhe em outubro uma exposição sobre o regresso a Macau de residentes em Xangai, devido à invasão japonesa de 1937, a II Guerra Mundial e a guerra civil na China, que estará patente em Guimarães em 2017.
Organizada pelo Arquivo Histórico de Macau e já exibida na cidade, a exposição "Refugiados de Xangai. Macau (1937-1964)" inclui cerca de uma centena de documentos que ilustram a diáspora macaense no mundo, incluindo o processo de adaptação em Macau dos oriundos de Xangai que abandonaram aquela cidade chinesa devido aos conflitos.
"Desde meados do século XIX, a comunidade macaense emigrou para diversas regiões do mundo, e as cidades de Hong Kong e Xangai foram os dois núcleos de maior fixação dos emigrantes macaenses", refere o comunicado sobre a exposição.
"Com a invasão japonesa de 1937, a II Guerra Mundial e a guerra civil da China, os macaenses residentes em Xangai foram obrigados a regressar a Macau, tendo alguns fixado residência em Macau e continuando outros o movimento migratório para outros países, sobretudo para o continente norte-americano (EUA, Canadá) e Brasil, Portugal, Angola e Moçambique", adianta.
A exposição "Refugiados de Xangai. Macau (1937-1964)" inclui ainda documentação sobre o percurso de Clementina Fernandes, uma refugiada macaense de Xangai em trânsito para outras partes do mundo.
A mostra vai estar patente no Centro Científico e Cultural de Macau em Lisboa entre 11 de outubro e 29 de janeiro.
Já no próximo ano, entre 03 de março e 01 de setembro, vai poder ser vista no Arquivo Municipal Alfredo Pimenta da Câmara Municipal de Guimarães.
A exibição em Portugal é a primeira ação realizada no âmbito de um acordo de cooperação assinado no ano passado entre o Instituto Cultural de Macau e o Centro Científico e Cultural de Macau, do Ministério da Educação e Ciência de Portugal, que inclui entre outras atividades a coedição de estudos, artigos e catálogos em língua portuguesa, chinesa e inglesa.