Livro analisa a recepção da obra de Shakespeare no Romantismo português
A forma como a obra de William Shakespeare foi recebida pela intelectualidade portuguesa no século XIX é estudada na obra "Shakespeare no Romantismo Português", de Jorge Bastos da Silva, que agora chega às livrarias.
Com chancela da Campo das Letras, o livro "Shakespeare no Romantismo Português - Factos, problemas, interpretações" analisa a forma como a obra dramática do bardo foi lida, representada, citada, traduzida e discutida no Portugal oitocentista.
Jorge Bastos da Silva recorda que as peças do escritor de Stratford-upon-Avon chegaram a Portugal no original mas também em versões francesas e italianas e em traduções e adaptações portuguesas, pelo que a obra shakespeariana se tornou presença assídua nos debates intelectuais.
"Shakespeare no Romantismo Português" refere ainda a forma como o trabalho do dramaturgo inglês foi recebido pelos jornais e pela crítica, incluindo as reacções de Feliciano de Castilho, Lopes de Mendonça, Latino Coelho, Pinheiro Chagas ou Camilo Castelo Branco, entre outros.
O volume que a Campo das Letras agora publica reproduz ainda mais de 20 textos da época, publicados em jornais e revistas como O Panorama, A Revolução de Setembro, a Revista Universal Lisbonense ou a Gazeta de Portugal.
O ensaísta Jorge Bastos da Silva é professor do Departamento de Estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde tem leccionado na área da Literatura e da Cultura Inglesas e dos Estudos sobre a Utopia.
Autor de "O Véu do Templo - Contributo para uma topologia romântica" (1999) e de "Utopias de Cordel e Textos Afins - Uma antologia" (2004), o docente tem também realizado trabalhos sobre Estudos de Tradução e relações culturais Portugal-Reino Unido.
Co-organizou os volumes "Desígnios Augustanos - Estudos sobre a Rainha Ana de Inglaterra e a sua época" (2003) e "George Orwell:
Perspectivas Contemporâneas" (2005) com Fátima Vieira, encontrando-se a elaborar uma tese de doutoramento centrada na literatura inglesa da segunda metade do século XVII e do primeiro quartel do século XVIII.