Livro de Afonso Cruz entre os seis retratos da Fundação Francisco Manuel dos Santos

por Lusa

A Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) vai lançar, ao longo do ano, seis livros na coleção Retratos, um dos quais da autoria do escritor Afonso Cruz, também produtor de cerveja artesanal, intitulado "O macaco bêbedo foi à ópera".

Na coleção Retratos, obras que tentam recuperar a "tradição da grande reportagem", a fundação tem por hábito convidar jornalistas, mas também já convidou escritores, como foi o caso de Djaimilia Pereira de Almeida e Luísa Costa Gomes, explicou o responsável pelas publicações, António Araújo, durante a apresentação do plano editorial da FFMS para 2019.

Este ano, a FFMS vai publicar um livro da autoria do escritor Afonso Cruz, que tem como título "O macaco bêbedo foi à ópera", ao qual a fundação teve de acrescentar o subtítulo "da embriaguez à civilização", porque, apesar de "alguma abertura", continua a ter a sua "sisudez", brincou o responsável.

Trata-se de um texto sobre o consumo da cerveja e a sua importância civilizacional, uma "reportagem quase histórica que mostra que os alicerces da nossa civilização estão muito ligados ao consumo da cerveja", disse António Araújo.

É o percurso do macaco bêbedo, que desce das árvores para obter mais calorias dos frutos caídos, em fase de fermentação, e que, graças a isso, acabará por construir cidades, sobrepovoar o planeta e ir à ópera.

"Cientistas portugueses", pelo bioquímico e redator científico na "Ciência Viva" David Marçal, é outro retrato, este sobre quem faz investigação científica em Portugal, e "Quinas e Castelos" é um livro sobre os símbolos visuais identificativos de Portugal, até aos nossos dias, pelo "maior especialista em heráldica", Miguel Metelo Seixas.

"Arquive-se, uma viagem pelos arquivos nacionais" é o título do retrato feito pela historiadora e investigadora Rita Almeida de Carvalho, no qual faz uma incursão na gestão do património arquivístico nacional, para revelar que nem tudo está bem e explicar porquê.

O comentário político na televisão é igualmente alvo de estudo, pela especialista em ciências da comunicação Rita Figueiras, num livro que tem como título "O efeito Marcelo", numa alusão aos comentários que o atual Presidente da República fazia em noticiários.

Este livro analisa a evolução do comentário político na televisão portuguesa, procurando responder a questões como "quem são os sucessores do `Professor`", "como encaram a sua função e que temas privilegiam", "por que motivo tão poucos são mulheres", "que espaços têm à disposição" e "qual a sua distribuição partidária".

A investigadora Marta Prista explora o conceito da gentrificação num retrato intitulado "Vila Medieval", que faz o retrato de uma dessas vilas, que os discursos e experiências de quem a habita e a visita, de quem a regula ou a regista, construíram como património.

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