Livro de anedotas revisita humor sob o Terceiro Reich

"Sketches" ouvidos nos cabarés e anedotas correntes nos anos 30 e 40 na Alemanha dão corpo ao livro "Heil Hitler, o porco está morto", hoje lançado e que procura refutar a ideia feita de que todos os alemães veneravam Hitler e os seus comparsas.

Agência LUSA /

Escreveu o livro o realizador Rudolph Herzog, que para o efeito se baseou num documentário da sua autoria difundido quarta- feira pela televisão alemã.

Compilando "sketches" dos artistas de cabaré e as anedotas que se ouviam na rua entre 1933 e 1945, Rudolph, filho do também realizador Werner Herzog, quis "alterar a percepção da sociedade da época, uma vez que as principais imagens deste período são imagens de propaganda".

Nas 240 páginas de "Heil Hitler, o porco está morto" misturam- se anedotas pró e anti-nazis e outras sobre judeus.

As histórias populares, assinalou o autor, "mostram que, contrariamente ao que disseram os historiadores no final da guerra, as pessoas não estavam hipnotizadas por Hitler e pelo regime".

Algumas piadas sobre os campos de concentração provam também, na opinião de Herzog, que a população tinha conhecimento do que ali se passava.

Na sequência do ataque a Estalinegrado, o humor torna-se mais negativo, mais fatalista. Demonstrativo disso é esta anedota incluída no livro: "Goering e Hitler estão num barco. Há uma tempestade e o barco afunda-se. Quem se salva primeiro? Resposta: a Alemanha".

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