O Festival Tropicália, como foi chamado, vai durar cerca de três meses, até dia 22 de Maio, e inclui concertos, filmes, conferências e uma exposição de artes plásticas.

"É de longe a maior celebração do movimento alguma vez feita em qualquer parte do mundo", disse à Lusa Bryn Ormrod, o programador musical do festival.

A música é a atracção forte do evento, já que quase todos os grandes nomes do movimento aceitaram fazer parte do festival e viajar até Londres.

Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa e o grupo Os Mutantes, que não se junta em palco há mais de 30 anos, estão no topo do cartaz.

"Também vai haver muitos convidados especiais que vão aparecer de surpresa nos concertos", acrescentou Ormrod, que está confiante de que o público nos concertos não vai ser exclusivamente brasileiro.

"Certamente virão muitos, mas tenho a certeza de que haverá gente de toda a Europa, porque a música brasileira destes anos está muito na moda e os artistas que convidámos são hoje conhecidos por um enorme público inglês, que já os considera artistas de culto", explicou.

Carlos Basualdo, o curador da exposição de artes plásticas que decorre ao mesmo tempo, mostra-se também orgulhoso pelo que diz ser "um projecto artístico muito ambicioso, mesmo para Inglaterra, que servirá para as pessoas conhecerem melhor este movimento que moldou a identidade do Brasil".

A instalação Tropicália, de Hélio Oiticia, que deu o nome ao movimento artístico, é a atracção principal da exposição, que também conta com obras de artistas como Lygia Page, Antonio Dias e Carlos Zilio.

Simultaneamente, as três salas do cinema do Barbican - que é o maior centro multi-cultural da Europa -, projectarão mais de vinte filmes brasileiros dos últimos trinta anos, incluindo as biografias de Vinicius de Moraes e Maria Bethânia.

O Tropicalismo é um movimento multi-artístico que nasceu no Brasil, em 1967, e que se afirmou-se como contestação à ditadura militar que e país.