Lucia Etxebarria ganha o Prémio Planeta com "Un milagro en equilibrio"

A escritora espanhola Lúcia Etxebarria, de 38 anos, ganhou sexta-feira o Premio Planeta, o mais prestigiado das letras hispânicas, com o romance "Un milagro en equilíbrio".

Agência LUSA /
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Nascida em Valência em 1966, Etxebarria - considerada uma "enfant terrible" da literatura espanhola - é autora de dois romances muito conhecidos tanto no seu país como no estrangeiro, "Amor, curiosidad, Prozac e dudas" e "Beatriz y los cuerpos celestes" (Prémio Nadal em 1998).

A escritora, que se apresentou com o pseudónimo de Izar Benayas, embolsará os 601.000 euros do Prémio, que este ano vai na sua 53/a edição.

No romance vencedor, uma jovem que acaba de ser mãe escreve à filha recém-nascida uma carta em forma de diário para que amanhã a menina possa conhecê-la melhor.

Os 150.250 euros destinados ao finalista do galardão foram para o escritor espanhol Ferran Torrent com a obra "La vida en el abismo".

Etxebarria, que recebeu o prémio muito emocionada e à beira das lágrimas, disse que é um motivo de satisfação que se "distinga um romance contra a violência" num mundo em que "se organizou uma guerra (no Iraque) para a defesa dos interesses de uma oligarquia" e onde "se manipula a linguagem (já que a) uma ocupação armada se chama defesa da paz".

A decisão do júri, que teve de escolher entre 481 obras apresentadas, foi dada a conhecer durante um jantar celebrado no Palácio de Congressos de Barcelona, no nordeste de Espanha.

O Prémio foi criado em 1952 por José Manuel Lara (1914-2003), fundador da editorial Planeta, e é entregue todos os anos no dia de Santa Teresa, em homenagem à mulher do editor Maria Teresa Bosch.

Entre os autores que o receberam no passado figuram os espanhóis Camilo Jose Cela, Ramon J. Sender, Juan Marsé e Gonzalo Torrente Ballester, os peruanos Mário Vargas Llosa e Alfredo Bryce Echenique, a uruguaia Cármen Posadas e o chileno António Skarmeta, vencedor na edição de 2003 com "El baile de la victoria".

O Prémio Planeta adquiriu nos últimos anos um evidente matiz feminino: nas últimas sete edições ganharam o prémio cinco mulheres e dois homens.

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