Mais antigo festival de arte urbana realiza-se na Covilhã de 10 a 18 de junho

por Lusa

O Wool, o mais antigo festival de arte urbana no país, realiza-se de 10 a 18 de junho, na Covilhã, e a novidade na décima edição é a submissão de propostas para a escolha de um dos artistas.

A britânica Helen Bur, o grego Taxi e a portuguesa Mariana Duarte Santos são os criadores convidados este ano pela organização para "adicionar novas cores, texturas e narrativas ao centro histórico da Covilhã".

Pela primeira vez, os promotores decidiram abrir uma `open call` para residentes em Portugal que queiram ser o quarto artista a pintar uma parede da cidade este ano e que tem como condição a criação sugerida versar essencialmente sobre a identidade da Covilhã, como todos os restantes murais espalhados pela cidade.

Segundo um dos elementos da organização, Elisabet Carceller, o prazo para a entrega das candidaturas terminou na quarta-feira e foram recebidas várias propostas, quer de pessoas de outras zonas do país, quer de artistas locais "ou que em algum momento da sua vida tiveram alguma ligação" àquele concelho do distrito de Castelo Branco.

"Achámos ser uma boa forma de celebrar esta décima edição ter como novidade dar a possibilidade a artistas de apresentarem propostas. Temos bastante variedade nas propostas apresentadas e vão agora ser analisadas por um júri com diversas valências, para escolher uma e, quem sabe, talvez descobrirmos novos talentos", disse hoje Elisabet Carceller, em declarações à agência Lusa.

De acordo com Elisabet Carceller, "os objetivos do Wool mantêm-se: trazer do melhor que se faz a nível mundial na arte urbana, regenerar o centro histórico através da arte e trabalhar muito com a comunidade e a identidade da Covilhã".

"O Wool ajudou a regenerar o centro histórico, a trazer mais jovens para aqui, a trazer turistas para a zona histórica. De uma zona que ninguém visitava, passou a ser uma zona com muitos turistas a circularem, e isso ajudou a abrir mais comércio, mais restauração", salientou uma das três organizadoras do evento de arte urbana.

Do programa faz também parte uma ação participativa, no âmbito do Wool Vai à Escola, com a artista Pitanga, que orientará um mural na Escola Básica de São Silvestre sobre um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, focado na "construção de cidades e comunidades inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis".

Dia 17 de junho, Mariana Duarte Santos dará um `workshop` de linogravura, limitado a 15 pessoas.

Em 15 de junho, na sede da Banda da Covilhã, é apresentado o documentário "Banksy -- Procura-se".

O concerto deste ano, no Miradouro das Portas do Sol, realiza-se no dia 17 e conta com a apresentação da banda Entre Portas, composta por músicos do concelho da Covilhã, uma iniciativa que resulta de uma parceria com a CISMA -- Associação Cultural.

A aplicação Wool Wall by Wall é outra das novidades e permite aos utilizadores, durante os dias do festival de arte urbana, percorrerem as intervenções artísticas na cidade e a quem obtiver melhor classificação ganhar prémios.

As visitas guiadas, a pé e de tuk tuk, assim como as conversas com os artistas, continuam a ser outra das ofertas.

Elisabet Carceller acentuou que, como acontece desde o primeiro Wool, em 2011, a intenção é a de que os murais reflitam, através da linguagem própria dos criadores, "uma nova visão da cidade, da história, da cultura, do momento atual, do que seja, mas sempre ligado à Covilhã".

Nas dez edições e dez anos de Wool, o Festival de Arte Urbana da Covilhã contou com a participação de 52 artistas portugueses, 27 estrangeiros, que deixaram na cidade 131 intervenções.

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