Berlim será palco da 6.ª edição do Festival Internacional de Arte e Cultura Portuguesas, de 27 a 30 de Setembro, em que serão exibidos mais de 30 longas-metragens, documentários, curtas-metragens, animações e vídeos de criadores lusos.
O festival abre na quinta-feira com a apresentação de "Alice" de Marco Martins, no Cinema Eiszeit, de Berlim.
Noutra sala do mesmo cinema, haverá no mesmo dia uma exibição das curtas-metragens "Onze Burros Caem no Estômago Vazio", de Tiago Pereira, "A Serpente", de Sandro Aguilar, e "A Olhar para Cima" de João Figueiras.
A noite inaugural terminará com um filme-concerto do Atomic Tour Project (Luís Cardoso, Pedro Gil e João Oliveira), que interpretará uma moderna banda sonora da "Canção de Lisboa", primeiro clássico do cinema português.
Nuno Figueiredo, director do festival, organizado pela Associação Número em cooperação com dois parceiros alemães, disse à Lusa que a intenção do evento é "mostrar os melhores criadores portugueses" dos últimos anos, sobretudo na área do cinema.
"O nosso objectivo não é montar a tenda com pompa e circunstância, é trabalhar pequenos interesses que se podem tornar grandes interesses", frisou.
O responsável pela parte cinematoggráfica do festical lembrou que tudo começou há seis anos, quando a Associação Número recebeu um convite de um festival de um bairro londrino, que entretanto se transformou num grande evento.
Nuno Figueiredo fez também questão de sublinhar que os organizadores portugueses "nunca têm a intenção de impingir seja o que for, e por isso a programação é sempre discutida por ambas as partes", com os organizadores locais, na circunstância o Cinema Eiszeit e a Associação Ausland.
O director da Associação Número lamentou, no entanto, que, "à medida que o festival internacional de arte e cultura portuguesas cresce, os apoios diminuem".
Neste contexto, explicou que, "sem razão aparente", o festival viu este ano diminuído para um terço o subsídio que recebia do Instituto de Cinema e Audiovisual (ICA), o que obrigou a reduzir a programação inicialmente prevista para Berlim.
"Queríamos fazer uma exposição de obras de artistas portugueses residentes em Berlim no âmbito do festival, mas não foi possível", referiu Nuno Figueiredo.
Além de "Alice" de Marco Martins, "Noite Escura", de João Canijo, e "Odete", de João Pedro Rodrigues, serão as outras longas-metragens portuguesas a exibir no festival.
Haverá também um ciclo de documentários, que inclui "Movimentos Perpétuos" de Edgar Pêra, "Um Pouco mais Pequeno que o Indiana", de Daniel Blaufuks, "Diários da Bósnia" de Joaquim Sapinho, "Lisboetas", de Sérgio Tréfaut, "Natureza Morta", de Susana Sousa Dias, e "Balaou", de Gonçalo Tocha.
No domínio do filme de animação, serão apresentados em Berlim "A Noite" e "História Trágica com Final Feliz", de Regina Pessoa, "A Suspeita" e "Abraço do Vento", de José Miguel Ribeiro, "Cof Cof" e "Stuart", de Zepe, "A Fantasista", de André Ruivo, "Cosmix", de Agostinho Marques, "Serão", de Joana Toste, "Clandestino", de Abi Feijó, "O Paciente", de Pedro Brito, "Selo ou Não Sê-lo" de Isabel Aboim Inglez e "Jantar em Lisboa" de André Carrilho.
Quanto às curtas-metragens, a lista completa-se com "O Nome e o Nim", de Inês Oliveira, "À Margem", de João Carrilho, "Cântico das Criaturas" de Miguel Gomes, "Paisagem", de Renato Sancho, "Rapace", de João Nicolau, e "China", de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata.
O Festival Internacional de Arte e Cultura Portuguesas levará também a Berlim os vídeos "The Last Soul", de Nuno Cera, "Deixai Falar As Árvores", de Graça Sarsfield, "Peter Pan", de Francisco Queiroz, "To president" de José Maçãs de Carvalho, "Open Your Eyes", de Pedro Cabral Santo, "Schizo", de João Pombeiro, "Sequência", de Adriana Molder, "Vickys Dream", de Sandra Zuzarte, e "The Man with an excessive Memory", de Maria Lusitano.
Por dificuldades de calendário, a performance interactiva intitulada "Projeckt 2007", formada por um vídeo de Nuno Cera, uma performance de dança de Sílvia Pinto Coelho e uma performance de Rafael Alvarez, só será apresentada na capital alemã a 26 e 27 de Outubro, embora esteja integrada no festival.
