Mais de 540 obras de 300 artistas numa edição que pretende ser "interventiva e polémica"
Mais de 300 artistas nacionais e internacionais e um total de 543 obras expostas integram o programa da XIV Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira que os seus responsáveis pretendem seja "interventiva e polémica.
Nesta bienal, a inaugurar sábado pelo ministro de Estado, Luís Amado, serão prestadas várias homenagens, nomeadamente ao mestre Júlio Resende, estarão a concurso um total de 157 obras, de 109 artistas de 32 países.
Estas obras, que irão disputar o Grande Prémio Câmara Municipal de Cerveira, no valor de 10 mil euros, serão expostas no Fórum Cultural, local onde decorrerão as principais actividades.
A iniciativa, que em 2008 assinala o 30/o aniversário, atribuirá também o Prémio Revelação (2.500 euros) e o Prémio IPJ (2.500 euros), para as artes digitais.
Haverá ainda os prémios de aquisição Caixa de Crédito Agrícola Alto Minho (5.000 euros) e Águas do Minho e Lima (5.000 euros).
O júri é constituído por José Manuel Carpinteira, presidente da Câmara de Cerveira, Alberto Gonzalez Alegre, crítico de Arte, Henrique Silva, director da Bienal, Jaime Isidoro, artista plástico, e Joaquin Lens Tuero, crítico de arte.
Subordinado ao tema "As Novas Cruzadas", esta edição ambiciona ser "interventiva e polémica", razão pela qual, "a par de grandes artistas da Escola de Paris, sobretudo do pós-guerra, lança o desafio a novos criadores com um tema actual", afirmou Henrique Silva, director da bienal, na apresentação do programa.
"As diferenças culturais entre o Ocidente e o Médio Oriente e as implicações sociais, políticas, religiosas e económicas que isso representa para os países ricos" fazem parte desse desafio.
No decorrer da bienal serão homenageados Júlio Resende, a Fundação Marguerite e Aimé Maeght, de Paris, e Maria Marcelina, considerada uma das grandes obreiras das bienais de Cerveira.
Nascido em 1917, Júlio Resende é considerado actualmente um marco incontornável da pintura contemporânea portuguesa cuja carreira influenciou muitos dos seus alunos e marcou uma viragem na segunda metade do século XX.
A bienal apresentará a sua obra "Ribeira Negra", com 120 metros quadrados, considerada por muitos especialistas como a "Guernica" portuguesa.
Por serem "pioneiros na promoção e divulgação daqueles que viriam a ser os marcos da arte contemporânea internacional" os artistas Marguerite e Aimé Maeght serão também homenageados.
Além do concurso internacional, o evento artístico inclui ateliers de arte electrónica, pintura e escultura, intervenções de rua, concertos, colóquios, mesas redondas e visitas guiadas, entre outras iniciativas.
Haverá também uma exposição com artistas convidados e ateliers com artistas a trabalhar ao vivo em regime de workshop.
Mantendo o papel descentralizador iniciado na última edição, a bienal mantém espaços exposicionais nos municípios do Vale do Minho e nas localidades galegas de Tui e Tomiño, alcançando uma área global de exposição próxima dos cinco mil quadrados.
A inauguração oficial da XIV edição da bienal, orçada em 500 mil euros, está agendada para as 11:30 de sábado, no Fórum Cultural de Cerveira, com a presença do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.
Durante a tarde de sábado, a partir das 14:30, realizam-se as inaugurações nos espaços descentralizados do concelho, nomeadamente, no Convento S. Paio (Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa), Centro Cultural de Campos (Novas Simbologias), Casa do Artesão (arquitectura à Margem), Salão dos Bombeiros (L`Esprit des lieux, de Pascal Nordmann), Pousada D. Dinis (instalação RD Line) e Escola Superior Gallaecia (arquitectura, Design e Ecologia).
No dia anterior, sexta-feira, serão inauguradas exposições nos concelhos portugueses de Caminha (Black Field, de Zadok Ben-David), Valença (intalação de Gonzalo Sellés Lenard), Monção (Escola Superior de Arte e Design das Caldas da rainha), Melgaço (gravura em grande formato) e Paredes de Coura (Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, assim como, nas localidades galegas de Tomiño (escola Superior Gallaecia) e Tui (Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos).
A bienal encerra a 29 de Setembro.