Maria João, Mário Laginha e Big Band do Hot Clube estreiam novo projecto do Centro Cultural Vila Flor
Porto, 08 Jan (Lusa) - O concerto que reúne sábado Maria João e Mário Laginha com a Big Band do Hot Clube de Portugal, no Centro Cultural Vila Flor (CCVF), em Guimarães, resulta dum projecto especialmente concebido para por esta formação, disse hoje à Lusa fonte da instituição.
Em grande parte inédito, o programa resulta de encomendas da Orquestra da Rádio de Frankfurt, da Brussels Jazz Orchestra, da Orquestra de Jazz de Matosinhos e do Hot Clube de Portugal ao compositor e pianista Mário Laginha.
A fonte referiu que a Big Band do mais antigo clube de jazz português desenvolveu "um projecto muito especial" que agora traz até Guimarães, numa iniciativa que se insere nas comemorações dos 60 anos da fundação do Hot Clube de Portugal, de Lisboa.
O concerto, que se realiza às 22:00, no Grande Auditório do CCVF, marca também a abertura da programação de jazz desta instituição para 2009
Maria João e Mário Laginha ostentam carreiras individuais bem consolidadas - ele como compositor e pianista, ela como intérprete vocal.
Juntos, piano e voz, têm outra carreira que vale por si só, iniciada com o disco "Danças" (1994), que marcou o início deste percurso em duo.
Quinze anos depois este duo tem sete discos editados (a par e de forma independente dos discos individuais) que inclui Fábula (1996), Cor (1998), Lobos, Raposas e Coiotes (1999), Chorinho Feliz, Mumadji (ao vivo) (2001), Undercovers (2002), Tralha (2004) e, mais recentemente, Chocolate (2008) e afirma a fórmula Maria João & Mário Laginha como um dos mais sólidos encontros da música portuguesa.
A Big Band do Hot Clube, a primeira grande formação existente em Portugal dedicada exclusivamente ao jazz e com actividade regular, surgiu em finais de 1990 para preencher uma lacuna que existia na formação dos músicos de jazz: a prática do rigor só possível no trabalho de orquestra.
Ao longo da sua primeira década, a Big Band realizou inúmeras actuações por todo o país e participou em vários festivais, nomeadamente Lisboa em Jazz, Porto, Guimarães, Serralves, Coimbra, Fundação Gulbenkian e Festa do Avante.
Actuou também em dezenas de autarquias e inaugurou a actividade da Culturgest na área do jazz num concerto que teve como solista o trompetista Freddie Hubbard, falecido no último dia de 2008.
Tocou também com Benny Golson, Curtis Fuller e Eddie Henderson, solistas com quem gravou um CD.
Apresentou-se no Festival "Jazz em Agosto" da Fundação Gulbenkian em 1999, numa homenagem a Duke Ellington, tocando as suas partituras originais com a participação dos saxofonistas John Ellis e Mark Turner.
Constituiu também a base da orquestra que, no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian, recriou as imortais obras de Miles Davis/Gil Evans Porgy and Bess e Sketches of Spain, sob a direcção do maestro Robert Sadin, tendo como solistas os trompetistas Tim Hagans e Tom Harrel.
Em 2000 realizou uma digressão nacional produzida pela Culturgest com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos. Nesse ano apresentou-se em Madrid na semana de Portugal promovida pelo ICEP.
Desde então tem tocado um pouco por todo o país sendo de destacar as actuações no Festival AngraJazz e na Festa do Jazz no Teatro São Luiz.
A primeira apresentação desta formação com o duo Maria João e Mário Laginha teve lugar, em 1995, no festival "Jazz em Agosto" da Fundação Gulbenkian.
PF.
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