Mariano Deidda canta "Ode Marítima" de Álvaro de Campos e outros poemas de Pessoa

por Lusa

Lisboa, 08 mai (Lusa) -- O compositor e cantor italiano Mariano Deidda atua no sábado à tarde no Jardim de Inverno do Teatro S. Luiz, em Lisboa, para interpretar poemas de Fernando Pessoa e dos seus heterónimos.

O concerto, às 17:00, é "construído em torno da poesia de Fernando Pessoa, em especial da `Ode Marítima`, de Álvaro de Campos, um dos heterónimos do poeta, que foi publicada no número dois da Orpheu", disse à Lusa fonte do teatro municipal.

A atuação de Deidda faz parte das comemorações dos cem anos da revista Orpheu, e é uma produção da Casa Fernando Pessoa, com entrada livre.

"Mariano Deidda tem adaptado a sua música à obra de grandes poetas, entre os quais Fernando Pessoa, poeta ao qual dedicou já vários trabalhos", segundo a mesma fonte.

Com Mariano Deidda sobem ao palco os músicos Nino la Piana, ao piano, Desidério Lázaro, em saxofone, e Massimo Cavalli, no contrabaixo.

O alinhamento do espetáculo é constituído por "L`Infante", "Il Mito", "L`Essenziale", "Le Metafisiche", "Un Bacio Solo", "Una Foglia", "Sangue Sulle Lagoq", "Come I Pazzi", "Mare Portoghese" e "Misteriosa Orchestra".

Mariano Deidda já dedicou três álbuns ao autor de "Mensagem", tendo musicado poemas de Pessoa traduzidos pelo escritor António Tabucchi, falecido em Lisboa, em 2012.

Em declarações à Lusa, Deidda afirmou que musica "indiferentemente" os vários heterónimos do poeta e os inclui no mesmo álbum, mas realçou que há diferenças de composição entre elas.

Para Bernardo Soares, escolhe "música variada, sem grandes preocupações, mais ao fluir das emoções", enquanto as poesias de Álvaro de Campos "são musicadas num ambiente mais jazzístico".

"A música experimental aplico mais a Ricardo Reis", outro dos heterónimos de Pessoa.

Para o compositor, o poeta português "é um escritor do futuro" e "património da Humanidade".

Além dos três álbuns dedicados ao poeta, Deidda tem ainda editado um quarto CD com poesias de Pessoa, gravado ao vivo na igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma.

Deidda tem sido distinguido com vários galardões, entre os quais o Prémio Tenco que Dulce Pontes também já recebeu, o Prémio Recanati e Prémio Grinzane Cavour, em 2007.

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