Mathias Enard, prémio Goncourt 2015, por desmontar clichês sobre o Oriente
O escritor Mathias Enard conquistou hoje o prémio Goncourt de 2015 pela obra "Boussole", que pretende desmontar os clichês sobre o Oriente, disseram os organizadores.
O escritor, de 43 anos, sucede no palmarés do prestigiado galardão à autora Lydie Salvayre, que ganhou o prémio com "Pas Pleurer" ("Nada de lágrimas"), romance que evoca a Guerra Civil espanhola.
Narrada a partir da voz de Franz Ritter, um catedrático musicólogo que vive em Viena e sofre de uma doença grave que o leva a fumar ópio para diminuir a dor, a obra percorre as recordações de infância.
Enard impôs-se aos três outros finalistas, incluindo Hédi Kaddour, grande favorito com a obra "Les prépondérants", que recebeu na passada semana o prémio da Academia Francesa.
Os dois outros finalistas eram Tobie Nathan, com "Ce pays que te ressemble" e Nathalie Azoulai, com "Titus n`aimait pas Bérénice".
O prémio Renaudot, um destacado galardão literário atribuído no mesmo dia e no mesmo lugar que o Goncourt, foi atribuído a Delphine de Vigan, a única finalista feminina, com "D`après une historie vraie".
Os livreiros consideram que a repercussão do Goncourt, dotado com um prémio simbólico de dez euros, traduz-se em 400 mil livros vendidos e o Renaudot em 200 mil.