Ministra da Cultura do Brasil diz que está focada na "reconstrução do Ministério" após Bolsonaro

por Lusa

A ministra da Cultura brasileira, Margareth Menezes, afirmou hoje, em entrevista à Lusa, que o seu trabalho nos primeiros meses de Governo está focado na "reconstrução do Ministério", que foi "duramente prejudicado" pelas políticas do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"O que nós encontrámos aqui foi que o Ministério não existia realmente", as políticas públicas estavam " desmontadas e paradas", prejudicando "o legado da cultura brasileira", afirmou a governante, em entrevista à Lusa, antes de embarcar para Portugal, acompanhando a comitiva do Presidente atual, Luiz Inácio Lula da Silva.

As autoridades brasileiras estimam que o setor da cultura empregue sete milhões de pessoas, mas no mandato de Jair Bolsonaro foram feitos cortes muito grandes dos subsídios, o Ministério da Cultura foi despromovido a Secretaria de Estado sob a tutela do Turismo e, por diversas vezes, os governantes criticaram os artistas e os produtores culturais.

"A parada das políticas públicas para a cultura foi muito grave" e "estamos trabalhando para retomar o tempo perdido e colocar em prática também políticas novas que venham também abraçar o audiovisual, porque nesse momento floresce, de uma maneira muito forte, especialmente com a Juventude e também as mídias sociais.", afirmou a ministra, que irá hoje reunir-se com o seu homólogo português e terá encontros com operadores em Portugal.

"Será uma retomada, principalmente dessa relação mais próxima, especialmente da questão cultural, que é uma coisa que faz parte também da nossa formação, da nossa expressão cultural também é influência da cultura portuguesa", afirmou a governante, que se mostrou satisfeita com a abertura de Portugal ao novo Governo brasileiro.

Trata-se de um "momento de alegria retomar esse intercâmbio" comentou.

Brasil e Portugal vão retomar projetos de cooperação entre os dois países na "área do audiovisual e cinema", procurando atrair "novos autores" e criar "projetos que atraiam as novas gerações" de consumidores, disse ainda, não querendo especificar quais as medidas em concreto que irá discutir com o seu homólogo.

Acompanhado de vários ministros, o Presidente brasileiro chegou a Lisboa hoje para uma visita de Estado de cinco dias em Portugal, onde fechará pelo menos 13 acordos bilaterais na cimeira luso-brasileira, que deveria ser anual, mas que será a primeira em sete anos.

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