Ministra sublinha dedicação de atriz ao ofício de representar

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamentou hoje a morte da atriz Marília Costa, aos 70 anos, sublinhando a sua dedicação "de corpo e alma ao ofício de representar", numa carreira quase toda percorrida no Teatro Experimental de Cascais.

Lusa /

Numa nota de pesar, a ministra da Cultura recorda "um nome incontornável do percurso" do Teatro Experimental de Cascais (TEC), onde, um ano após a fundação da companhia, em 1966, Marília Costa iniciaria a carreira profissional como atriz.

Marília Costa morreu no passado dia 06 de setembro, em Cascais, confirmou na terça-feira à agência Lusa fonte da família, depois de a informação ter sido publicada pelo TEC na rede social Facebook.

"Com o festival mostra_T ainda em cena, um festival de apoio aos mais novos, não podemos deixar de manifestar o nosso pesar pela partida da atriz Marília Costa há pouco tempo, uma companheira do TEC e das gerações mais novas", escreveram, na terça-feira, os responsáveis da companhia, no Facebook.

A base de dados do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa atesta a carreira de Marília Costa feita quase integralmente no TEC, de janeiro de 1966, com "A casa de Bernarda Alba", de García Lorca, a "Harold e Maude", de Colin Higgins, estreada em novembro de 1992, na principal sala de Cascais.

Na nota de pesar hoje divulgada, a ministra Graça Fonseca realça que a atriz se dedicou "de corpo e alma ao ofício de representar", e que os colegas e amigos a recordam "como uma personalidade bem-humorada, afetuosa, atenta aos outros e com grande sentido de humanidade e altruísmo".

"O seu espírito de companheirismo e entreajuda, em especial junto dos mais novos, eram traços marcantes da sua postura dentro e fora dos palcos", salienta ainda a ministra da Cultura.

Durante as quase três décadas de atividade, o percurso de Marília Costa fez-se de produções como "O mar", de Miguel Torga, "Bodas de sangue", de Lorca, "Tartufo", de Molière, "Opereta", de Witold Gombrowicz, "Cerimonial para um combate", de Claude Prin, e "D. João no jardim das delícias", de Norberto Ávila, além das conhecidas "Maluquinha de Arroios", de André Brun, "D. Quixote", a partir de Cervantes, e "Fuenteovejuna", de Lope de Vega.

O nome de Marília Costa surge ainda associado à produção de "A Paródia", revista posta em cena pela Adoque - Cooperativa de Trabalhadores de Teatro, em 1977, e a versões televisivas das peças do TEC.

Produções da RTP como "O Corrijidor", de Artur Ramos (1988), e "Dona Xepa", de Luís Miranda (1967), contaram igualmente com Marília Costa no elenco.

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